Não é sempre que Claudia Matarazzo está no Rio, e menos ainda, para dar um curso sobre o que ela mais entende: etiqueta e cerimonial. Para os cariocas, Claudia vai falar como receber bem em casa, numa oficina de um dia, na próxima terça (29/08), no Hotel Sheraton Barra. Em “Receber sem frescura – resgate o glamour no seu dia a dia”, a paulistana vai dar dicas de como estar atento ao cardápio, bebidas, arrumação da casa, decoração, flores e som ambiente. Autora de 18 livros, Claudia tem percebido que o paulista está preferindo reunir os amigos em casa, tanto pela insegurança urbana como pela crise – e o Rio vai no mesmo caminho.
Sem as firulas que alguns ainda teimam em ligar ao assunto cerimonial, o clima de Matarazzo, sempre serena, segura e generosa (com tudo que sabe) ela é bem carioca, descontraída, no sentido de abrir mão de todo o protocolo que mais atrapalha do que ajuda. Os participantes do curso vão montar, na prática, oito propostas de mesas, do noivado ao jantar mais formal, passando até pelo churrasco.
Além de dar palestras e treinamentos ao vivo, ela também tem um site, Claudia Matarazzo Ensina (https://claudiamatarazzoensina.com.br/cursos/), com cursos à distância de assuntos variados – boas maneiras à mesa, entrevista de trabalho, cerimonial e planejamento de eventos e etiqueta empresarial.
O carioca médio tem fama de gostar de encontrar os amigos mais na rua que em casa. Para que tipo de carioca você vai dar o seu curso?
“O carioca está aderindo muito a essa história de meseiras, que na verdade, virou uma coisa no Brasil inteiro, estão resgatando a mesa. E hoje tem produtos muito acessíveis, tem objetos muito coloridos e charmosos. A ideia no curso é falar disso. Uma mesa mais moderna, outra mais conservadora e a gente pode se divertir – vou mostrar alternativas, falar de vinho, principalmente os nossos, dicas de flores. E sugerir montar uma mesa com tudo cem por cento nacional – que pode ficar maravilhosa”.
Jantar pequeno para quem não é muito íntimo pode ser um risco? Por quê?
“Pode ser um risco, sem dúvida. Sugiro, no mínimo, 10, 12 pessoas. Se tem alguns que não são íntimos, melhor uma proporção um pouco maior”.
Você consegue perceber quais diferenças entre paulistas e cariocas na hora de receber?
“Não existe, receber bem é uma coisa de quem gosta. Carioca tem uma tradição festiva, pode até não ser em casa. Se não gosta de receber, não importa se é carioca, paulista ou chinês”.
Você acha que a insegurança nas ruas está fazendo com que as pessoas voltem a receber em casa?
“Sim, mas mais do que a insegurança é a crise mesmo. Jantar entre amigos: um traz uma coisa, o outro traz outra. Em São Paulo temos feito muito isso”.
O que fazer se um convidado não desgruda das redes sociais no celular?
“Não desgrudar das redes sociais num jantar? Que coisa horrível! Acho que delicadamente o anfitrião pode brincar, perguntando se está tão chato assim. Na minha casa, eu me daria essa liberdade”.
O que é básico para arrumar uma mesa de maneira elegante?
“Numa mesa elegante, cor é básico, dá uma alegria; uma porcelana legalzinha, taças corretas, evitar talher com cabo de plástico; flores fazem a diferença, porta-guardanapo faz diferenca, prisma com os nomes, faz diferença – é tão simples de fazer e as pessoas acham delicado”.
O que não pode faltar num jantar romântico?
“Num jantar romântico, tesão e vontade de ficar junto e, claro, privacidade. Jantar romântico em restaurante da moda, nem pensar!”
Qual é a medida correta do número de vasos de flores numa recepção em casa?
“Não tem rigor, mas demais não precisa. Sugiro na entrada, no centro de mesa e mais um vaso onde as pessoas vão ficar. Precisa um equilíbrio, flor demais fica esquisito, poluído”.
Spray aromatizador no banheiro é de mau gosto?
“Precisa ser uma coisa leve; aquele Bom Ar não dá”.
Qual é o pior pecado de um convidado numa reunião na casa de um amigo?
“Convidado bêbado é uma coisa que pode acabar com uma festa. Vira um peso morto, é inconveniente”.