Cadu Villela, vice-presidente da Morgan Stanley (empresa de serviços financeiros com sede em NY e que opera em 42 países e em mais de 1300 escritórios), morava há 25 anos em San Diego, Califórnia. A distância dos amigos cariocas da vida inteira parecia fortalecer ainda mais o amor entre eles — era sempre esperado no Rio. Para muitos, tanto quanto o réveillon ou o carnaval, digamos assim: alegre, festeiro, querido, competente. Cadu, que morreu de enfarte nessa segunda-feira (23/01), era casado com uma americana, com quem teve dois filhos. Sua morte causou uma incrível comoção no Rio, de fora a fora.
Depoimento do advogado Helinho Saboya: “Ah, Cadu! Como rimos, nos divertimos e nos abraçamos por tanto tempo. O ‘resgate’ na década de 80, após seu acidente na Indonésia; eu, Felipe Zobaran e Cláudia Mauro cuidando de você em Primrose Gardens; as noites de loucura em Camden, muito antes de a Amy Winehouse saber o que é bom pra tosse. Aqui, a turma da Montenegro, as viagens pra Búzios, Nogueira, as festas, todos os “Baixos” mais baixos do Rio. Não éramos inimigos do fim, mas amigos do amanhecer. Ultimamente, o ‘hub’ era o Guimas. Você vinha da Califórnia sem nem ter que avisar. Era uma imediata corrente de zap ‘Cadu tá na área’, e todos corriam para receber seu abraço de urso, ouvir sua gargalhada mais tonitruante que um trovão. Como diz o nosso Zobaran, “vocês dois, juntos, faziam uma festa inteira’. Que perda, que perda, que pena!”
Depoimento do produtor e cineasta Marcos Prado: “Porra, Cadu! A gente se falou ontem no cel, e vc me disse que estava tão feliz por ter feito essa viagem para a Europa, com a Dawn, Lorenzo e a Ana, minha afilhada, que vc estava leve, orgulhoso da família que tinha construído, cheio de novos planos, pronto para tanto mais… Mas a vida preferiu encaminhar você para outros mundos, outras dimensões, uma nova jornada…, deixando todo mundo aqui destroçado, sem chão, sem entender por que essas, essas coisas acontecem. A gente fica aqui se segurando como pode, sabendo que vamos transformar a tristeza em lembranças de histórias que jamais se apagarão. E você vai estar vivo nelas, para sempre. Vai na luz, meu amigo. A vida é mesmo só uma passagem. PS: Não conheci ninguém que tivesse tantos amigos de verdade.”