
Leilão atraiu compradores de todos os cantos do mundo. No detalhe, o lote mais valioso: três garrafas de Petrus 1990 / fotos: Le Figaro (esq.) e divulgação
Foi como cortar na própria carne. Com déficit de 60 bilhões de euros nas contas públicas, o governo francês usou um expediente inimaginável para fazer economia – um pouquinho que fosse. Simplesmente leiloou 1.200 garrafas de vinho do Palácio do Eliseu, a residência oficial da Presidência. E conseguiu quase o triplo do esperado: 718 mil euros (cerca de 1,9 milhão de reais).
O presidente François Hollande pretendia arrecadar 250 mil euros com a venda e, assim, substituir os vinhos mais caros e raros por exemplares mais novos e bem mais em conta. O dinheiro que sobrar vai para programas do governo.
Depois de dois dias de lances muito disputados, o leilão terminou nesta sexta-feira (31/05). O lote mais valioso, três garrafas de Petrus 1990, foi arrematado por 6.100 euros (16,5 mil reais). Encarregada da venda, Ghislaine Kapandji, da casa Kapandji-Morhange, disse que havia compradores “do mundo todo”.
Foi a primeira vez na história que o Palácio do Eliseu se desfez de parte de sua adega num leilão. Mas, os franceses não precisam ficar com o orgulho ferido. Ainda sobraram 90 por cento do estoque oficial.