Expectativa nas alturas para o primeiro show paulistano da turnê “Caravanas”, de Chico Buarque – vão ser mais 24, quase todos com ingressos esgotados -, nessa quinta-feira (01/03), no Tom Brasil. Sumido dos palcos desde 2012, ir a uma apresentação do Chico é quase uma obrigação – e por lá, uma turma misturada, como o dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, para quem Chico liberou o texto do musical “Roda-Viva” para remontagem, que estava animadíssimo: “Chico é a nossa Billie Holiday, canta com a alma”. Criolo, tímido ao extremo, só foi ao camarim porque alguém o pegou pelo braço. Ao vê-lo, Chico fez a festa: “Olha quem aparece nos 45 do segundo tempo”, disse, dando um abraço apertado no cantor – na última turnê, Chico havia incluído no repertório uma versão que Criolo fizera para um clássico seu e de Gilberto Gil, “Cálice”. Desde então, virou fã do rapper paulista.
Vanessa da Mata foi a primeira a entrar no camarim e comentou que havia preparado um discurso inteligente, mas ao dar de cara com o ídolo, travou e só conseguiu elogiar a escolha do repertório. Também passaram por lá Frei Betto, a modelo Ana Claudia Michels e o marido, o advogado Augusto de Arruda Botelho – o casal recebia o parabéns pelo segundo filho que está a caminho -, o musicólogo Zuza Homem de Mello; Eleonora Rosset, a musa de Chico em “Morena dos olhos d’água”, de 1966; entre tantos. Como já havia dito o maestro Luiz Claudio Ramos durante os ensaios, o músico, um pouco avesso aos palcos, está mais solto do que nunca – em “Paratodos”, no bis, e até arriscou alguns tímidos passos de forró. Foram 1h40 de música, entre as do último álbum “Caravanas”, e um apanhado de sucessos de seus mais de 50 anos de carreira. O Tom estava lotado com a plateia gritando ao fim de cada canção.