
CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais): instalação de geradores nas fachadas dá multa / Foto: amiga da coluna
A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com sede na Urca (Av. Pasteur, 404) ocupa um lindo prédio tombado pelo Patrimônio Histórico, construído em 1908. Algum problema houve nos ares-condicionados para alguém decidir pela instalação de geradores na calçada e dutos de refrigeração nas fachadas externas, sem autorização municipal? Nessa sexta-feira (06/01), não demorou, e o IRPH – Instituto Rio Patrimônio da Humanidade multou a empresa. O que seria pior, a burocracia para conseguir o documento ou o calor africano que faz no Rio?
É nesse prédio que fica também o banco de dados de exploração e produção da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Há sempre uma solução inteligente, que atenda o calor (de verdade) e à limpeza visual que significa civilidade. Que vergonha essa favela ser aprovada em qualquer instância na CPRM. Ninguém tem senso pra fazer parar uma barbaridade visual dessas? O patrimônio visual imaterial da cidade é coletivo. É uma arrogância egocêntrica destruir a fachada de um prédio tombado com uma coisa dessas. Esse prédio fica ao lado do Benjamin Constant e na entrada da Urca, e caminho da Praia Vermelha e Pão de Açúcar, que vergonha. É louvável penalizar e o mínimo que se espera é que se mande retornar a fachada original imediatamente, além de se apurar as responsabilidades. Mas quanto trabalho o IRPH deve ter! A cidade anda bem castigada com esse tipo de coisa. Basta.
É um dilema. Ou deixa o lugar bonito para os cegos do Benjamin Constant apreciarem a vista da bela edificação que já está caindo aos pedaços com uma praça tomada de mendigos à frente.Ou aceita-se esse pompidou carioca, que deve ser uma solução provisória, para que os trabalhadores ali sobrevivam a esse calor infernal.