Nosso cérebro atua como um computador que começa a ser programado ainda na vida intrauterina.
Nessa fase, o feto, diretamente ligado à mãe, recebe através do sistema nervoso todas as informações do que a mamãe está sentindo.
– Se a mamãe briga com papai e fica triste, ou nervosa e ansiosa, essas emoções chegam até o bebê em formação.
– Se a gravidez é um peso, ou vem no momento inadequado, também o feto assimila a rejeição ainda que temporária.
– Se é uma gravidez que provoque culpa através de uma situação social inconveniente, ou do desagrado do companheiro…
Enfim, mil situações diferentes podem programar o computadorzinho virgem de forma distorcida, todas elas gerando uma programação de rejeição.
Rejeição:(do lat. rejectione)
Ato ou efeito de rejeitar (Lançar fora; largar, lançar de si). Fenômeno em consequência do qual um organismo elimina um enxerto, dada a incompatibilidade entre os tecidos desse organismo e os do organismo de que provém o enxerto.
(Inegavelmente é a descrição de um parto…)
E, finalmente, chega o momento do parto, normalmente temido pelas dores inevitáveis na maioria dos casos. A própria contração final é chamada de expulsão…
E chega o momento da separação. Para o computadorzinho, ainda sem o intelecto formado e que apenas registra o que sente, deve ser muito doloroso esse momento.
Pendurado de cabeça para baixo, leva palmadas para chorar e respirar; é esfregado, examinado e tocado, muitas vezes brutalmente, por mãos estranhas (nem um pouco preocupadas com seus sentimentos), interessadas apenas em examinar o seu corpinho.
Muitas deformações físicas e psíquicas posteriores são decorrentes desses primeiros instantes.
E em seguida, o inevitável processo de socialização na primeira infância:
“Fale direito com sua avó…”
“Ai, Ai, Ai, se fizer isso de novo mamãe não gosta mais de você…”
“Não me atrapalhe, menino, não vê que estou ocupada?”
Quantos milhares de frases, aparentemente inofensivas, que, na realidade, não traduzem os verdadeiros sentimentos, são desastrosamente introduzidas em nosso computador mental, que as absorve rapidamente como um mata-borrão!
À medida que nos desenvolvemos e que nosso racional começa a atuar, costumamos rir dessas situações passadas.
Ledo engano!
A informação (gravada através do emocional) aparecerá com mil disfarces na vida adulta: todas elas traduzindo o medo do abandono ou rejeição até em situações normais, onde supostamente o amor está presente!
E passamos o resto de nossas vidas fugindo e nos defendendo dessa doída sensação…