Foi como uma explosão, dentro de minha cabeça, que me deixou atordoada. A sala de aula no Observatório de Valongo desapareceu e um mundo coerente surgiu aos meus olhos através do telescópio.
Um mundo perfeito e justo, onde tudo se encaixava com uma perfeição inimaginável.
Deus… Deus! Está em tudo aqui, em mim, na ordem e no caos, em TODAS as criações!
O que chamamos de “mal” ou de “bem”, nada mais são do que reações às causas que criamos dentro da mais absoluta liberdade de expressão!
Tudo o que havia vivido se encaixava magicamente na mais perfeita ordem; de repente, tudo que sabia, conhecimentos aparentemente desconexos e sem ligação, todos juntos faziam sentido entre si…
“Tudo tão novo e tão velho!”
“Como não ‘O’ percebi antes…?”
Me aproximei do professor ao final da aula de física:
“Mas isso muda tudo, professor, então somos também deuses de nossas vidas, completamente responsáveis pelos acontecimentos externos…”
“De certa forma sim, mas não absolutamente… respondeu ele, um pouco surpreso e desconcertado com minha excitação”.
“Mas tem que ser ‘absolutamente’! Claro que sem contar com a lei do acidente, que nada mais é que a exceção da regra, o que torna tudo mais perfeito ainda!”
Durante algum tempo, ainda, tentei expressar tudo que se passava por minha cabeça numa velocidade incrível, mas vi que era inútil; não me faria compreender, e creio que nem ele estava muito interessado. Afastou-se em meio ao ruído de fim de aula, respondendo a uma questão mais prática, sobre a data do próximo teste, que um colega fazia.
Saí da universidade um pouco tonta, mas pela primeira vez na vida, com Deus no coração.
“É simples, pensei: ‘Faça com os outros APENAS o que gostarias que fizessem contigo’…
Tão velho e tão novo!
Está tudo certo.
Simples assim, pena que e tao dificil encontrar pessoas que vivam assim.
Oi Anna tudo bem com você, sempre dando essa força pra gente. abraçao.