Nesta quinta (28/01), a Cedae confirmou a presença de geosmina na Estação do Guandu, depois de testes em laboratórios. De acordo com relatórios divulgados no próprio site da companhia, a concentração de geosmina e MIB — materiais semelhantes, que causam a mesma alteração no gosto e cor da água — aumentou a partir do dia 11 de janeiro. “Nada de novo: mesmas causas, mesma empresa, mesmo resultado. Novo mesmo é quando alguém for preso por crime contra a saúde pública e a empresa que fatura com as contas de água for obrigada a executar as ações prometidas desde 2007. Aí, sim, será algo de novo!”, diz o biólogo Mario Moscatelli.
E, para não repetir o que sempre disse à coluna sobre o assunto, ele aproveita para alertar sobre outros problemas, tão grandes quanto o da ETA Guandu. “Bilhões gastos em obras megalomaníacas e os resultados ambientais pífios de sempre. Estação da Alegria (no bairro do Caju) e de São Gonçalo (município do Rio). A primeira funciona, quando funciona, com metade dos equipamentos, muitos dos quais apodrecem no tempo; a segunda, natimorta, pois nunca vi operando. Enquanto isso, para a alegria de quem fatura com esse tipo de situação, praticamente todos os rios estão mortos por esgoto. Não é bom? Pois é, tem gente que adora pôr a culpa nesse ou naquele, mas destaco que esse quadro criminoso de degradação vem desde o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, em 1994. Portanto, essa situação é apenas um aspecto de uma cultura antiga gerencial, típica de colônias de exploração, onde o que interessa é faturar!”.
As imagens das duas estações foram feitas nesta quinta (28/01).