As redes (hummmm!…), que o diga os baianos, viraram arte (qual a dúvida?) na coletiva “Vaivém”, no CCBB, com abertura nessa terça (26/11). São 350 itens de 141 artistas — sendo 32 artistas indígenas que produziram trabalhos inéditos para o evento —, com curadoria do historiador Raphael Fonseca, e nomes como o coletivo Opavivará, Tunga, Bispo do Rosário, Tarsila do Amaral, Debret, Hélio Oiticica e Ernesto Neto. “Longe de reforçar os estereótipos da tropicalidade, a mostra investiga as origens das redes e suas representações iconográficas. Criada pelos povos ameríndios, foi apropriada pelos europeus e, mais de 500 anos depois da invasão das Américas, virou destaque na identidade brasileira”, diz Fonseca, que pesquisou o assunto durante cinco anos.
Esqueça a sua simples interpretação sobre um descanso na santa paz. “Não cabe mais ver as redes como espaço de descanso e decoração; tem que admirar sua representação. Por trás da beleza, existem focos de resistência. Tecer ou criar a partir delas é arte, ativismo”, diz trecho do texto do catálogo, escrito por Naine Terena, professora da Universidade Federal do Mato Grosso.