A imprensa internacional está de olho no 7 de setembro, feriado da Independência, depois das promessas de um dia inesquecível para os apoiadores de Jair Bolsonaro. Para o britânico “The Guardian”, “o combalido líder brasileiro está em uma aparente tentativa de projetar força no pior momento de sua presidência” ao convocar a população para ir às ruas. “Muitos cidadãos temem a violência enquanto os apoiadores linha-dura de Bolsonaro vão às ruas para defender um líder cujos índices de popularidade despencaram como resultado de escândalos de corrupção envolvendo seus aliados e parentes e pela forma como ele lidou com a pandemia de covid, que matou mais de 580 mil pessoas”, diz o artigo com chamada na capa.
O americano “New York Times” publicou uma reportagem com o título “Protestos a favor de Bolsonaro podem ser um prelúdio a um golpe, dizem críticos”, citando também a queda nas taxas de aprovação, uma economia instável e investigações judiciais.
O francês “Le Monde” disse que o resultado das manifestações é “totalmente imprevisível” na chamada: “No Brasil, feriado nacional e manifestações de alto risco.”
O argentino” La Nacion” sugeriu que a motivação de Bolsonaro seria atingir Lula, seu provável rival em 2022, no artigo “Bolsonaro queima os navios com demonstração de força na rua para espancar Lula.”
O também argentino “Clarín” destacou as falas de Bolsonaro contra a Justiça. “Nas últimas semanas, Bolsonaro intensificou as críticas contra os juízes Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, ambos do Supremo Tribunal Federal, e repetiu a expressão de que não vai transgredir as ‘quatro linhas’ da Constituição.”
A invasão da Esplanada dos Ministérios, nessa segunda (06/09), também foi tema, como a revista alemã “Der Spiegel”, que comparou o episódio com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro deste ano por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump. E também noticiou o decreto de Bolsonaro dificultando a exclusão de conteúdo por plataformas da Internet. “Bolsonaro está sob pressão um ano antes da eleição presidencial, devido aos números extremamente baixos das pesquisas e à economia em declínio.”