Se você chegasse desavisado ao Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, nessa sexta (05/08), a mente poderia “bugar”. Eram muitos “Faria” juntos e parecidos, de todas as gerações — Reginaldo, Regis, Carlos André e Felipa —, todos para assistir ao ator Marcelo Faria em “Duetos”, ao lado de Patricya Travassos com direção de Ernesto Piccolo. O primeiro é o pai, os outros dois irmãos e Felipa, de 11 anos, a filha com a ex-mulher, Camilla Lucciola.
É a primeira montagem brasileira do dramaturgo britânico Peter Quilter sobre o mundo caótico do amor e dos relacionamentos modernos, os encontros e desencontros através de quatro histórias de uma mulher e um homem – não necessariamente casais – às voltas com seus próprios desejos e traumas em busca do amor. Daqueles espetáculos em que a plateia se identifica plenamente com as histórias e os personagens. “A peça, na sua essência, fala de solidão mesmo, e de uma forma muito divertida. Das relações mais diversas que o ser humano experimenta para tornar a solidão menos dolorosa”, diz Piccolo. “Estamos chegando a lugares muito divertidos e ao mesmo tempo muito profundos — apesar de engraçados, os personagens falam de emoções. Precisamos rir, mais do que nunca. A nossa classe foi muito prejudicada nesses últimos anos, então eu espero que seja um sucesso”, completa Travassos.
Nas laterais do palco foram montados pequenos camarins em que os atores trocam de figurino e, de acordo com a luz, ficam ora visíveis, ora invisíveis. Além da família Faria inteira, os envolvidos nos bastidores estiveram por lá para a estreia, como Claudio Tovar (figurino), Aurelio de Simoni (iluminação) e Rodrigo Penna (trilha sonora).