Segundo sua origem semântica no sânscrito, significa “bem (“sû”) alimentar” (“pô”), e há registros de que o seu consumo é anterior à descoberta do fogo, ou seja, um dos pratos mais antigos e consumidos do mundo.
Quando criança, eu costumava ir ao restaurante “Rian“, ao lado da casa dos meus pais, na Av. Atlântica, no Rio, tomar uma indescritível sopa de tomates. Até hoje, não sei o que poderia haver de tão especial, exceto o fato de que sopas, igualmente a alguns outros pratos e talvez mais que alguns deles, têm uma ligação estreita com a nossa infância – transmite sensação de conforto. Quem não se lembra da sopinha de músculos com legumes, da divertida sopa de macarrão de letrinhas com feijão, ou da deliciosa canja de galinha, sempre preparadas com muito amor?
A escolha da textura é livre: uns preferem batida, coada, mais líquida ou espessa, com elementos mais inteiros e até algumas surpresas – eu adoro servir com alguma iguaria no fundo do prato. Aliás, a sopa é bastante versátil, pois permite um “mix” de texturas – folhas (fibras e as verde-escuras, ótima fonte de cálcio), raízes (inhame, baroa, aipim – água na boca só de pensar), leguminosas (feijões, ervilha, grão de bico – altamente proteico), os mais variados legumes, cogumelos, carnes, aves, peixes, frutos do mar e frutos secos, ervas aromáticas e azeites aromatizados.
A elaboração, podemos dizer, é bastante simples. Entretanto, como tudo na gastronomia, o que determina o resultado final é o modo de preparo e, claro, os produtos que utilizamos – o que pode encarecer um pouco esse delicioso e nutritivo prato que não tem por que ser caro para ser gostoso. Eu, por exemplo, sempre dou uma dourada nos legumes antes de acrescentar água – e, no momento que o faço, sempre fervente, recomendam os ayurvedas. Finalizo com um belo azeite e sirvo com algo crocante.
Os chineses, vietnamitas e portugueses são os campeões no consumo, e os macrobióticos não dispensam pelo menos duas sopinhas ao dia, que já preparam o intestino para o que vem em seguida, além de já promover saciedade e facilitar a digestão.
Dito isso, deixo no “ar” um tema para falarmos em outro artigo: ”Sopa Primordial” – nutrientes, gases da atmosfera primitiva, em temperaturas altas, que já alimentavam muitos organismos – a origem da vida!
DROPS INFORMATIVOS
“sopa primordial”, 1924, cientista russo Oparin, Wikimedia Commons e Stanley Miller em 1953.
Ismar de Souza Carvalho, Geologia, UFRJ.
http://blog.hola.com/farmaciameritxell/2014/01/dieta-macrobiotica.html