Na colagem, Flora e Gilberto Gil; os organizadores do livro, o jornalista Ramon Nunes Mello e Lucinha Araújo (mãe de Cazuza); Bebel Gilberto e Marieta Severo; o casal Paula Marinho e Miguel Pinto Guimarães /Fotos: Cristina Granato
Lucinha Araújo e o jornalista Ramon Nunes Mello fizeram uma festa de pré-lançamento dos livros “Meu lance é poesia” e “Protegi teu nome por amor”, o primeiro com 238 poemas, sendo 27 inéditos, e o segundo, uma fotobiografia com mais de 700 imagens, no Maguje, no Jardim Botânico.
Muita gente tem interesse em Cazuza — sua vida, poesia, história, enfim, e tudo que vem desse grande carioca, um dos maiores nomes do rock nacional. Lucinha, mãe do artista, é que mantém vivo seu nome e seu legado; certamente convive com a dor de perder o filho único. No entanto, ela é alegre, espontânea, divertida e falante, e, se tem uma coisa que sabe fazer é festa.
Sobre a organização dos livros, ela disse à coluna: “Cazuza morreu há 34 anos. Estou com 87 anos (à época) e, enquanto estiver por aqui, vou honrar o nome dele. Desde que meu filho morreu, os dias passaram a ser iguais”.
Muitos convidados fizeram parte da vida de Cazuza e estavam nas páginas do livro, como as amigas íntimas Bebel Gilberto e Sandra Sá, além dos artistas que fizeram parte da época de ouro da música na década de 1980 — Léo Jaime, George Israel, Guto Goffi, Paulo Ricardo, que fez show no evento — admiradores e amigos de Lucinha, como Gilberto Gil (autor do prefácio), Fagner, Boni de Oliveira, Rosamaria Murtinho, que ouviu uma história ainda inédita pra ela: quando Cazuza a assistia na TV, chamava-a de mãe, pela semelhança física com Lucinha. Por falar em semelhança, Daniel Oliveira, que interpretou Cazuza, também estava lá, ao lado da “mãe postiça”.
Gil diz no prefácio do livro de imagens: “Tenho grande admiração por Cazuza, pela sua rabugice, por uma exigência de afeto. Enxergo em Cazuza a imagem de rebelde impessoal. A música dele refletia isso. Essa coisa de querer todas as portas abertas, o tempo todo. Era comunitário, precisava de muita gente com ele, muitos amigos, muitas amigas. ‘O maior abandonado’”.