Julia Dias Leite entre Marcos Azambuja, Sergio Mattarella, presidente da Itália, e Rubens Ricupero /Foto: Cristina Lacerda
Depois de passar por SP, Sergio Mattarella, presidente da Itália, chegou ao Rio, nessa quinta (18/07), pela agenda que comemora 150 anos da imigração italiana no Brasil e deu palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), na Gávea. Já chegou falando sobre a semelhança entre os dois países. “Os fundamentos do diálogo são os valores que pertencem aos nossos povos. O amor pela liberdade, o impulso por uma sociedade justa e inclusiva, a proteção oferecida pelo estado de direito e a democracia. O Brasil é um dos maiores protagonistas do panorama das democracias mundiais. No mundo de hoje, digamos a verdade, a democracia não está com boa saúde. Isso nos interessa e nos preocupa, pois está em jogo o bem do homem. Essas não são palavras minhas, mas do papa Francisco, o primeiro pontífice da história nascido América do Sul”, disse. Mattarella é um homem falante, com muita opinião e raciocínio rápido — traço comum com o diplomata Marcos Azambuja, que o recepcionou junto ao também embaixador Rubens Ricupero, e Júlia Dias Leite, diretora do Cebri, em encontro que reuniu vários empresários e integrantes do Cebri.
Também comentou sobre a crise climática e outros fatores, todos extremamente formais. “Primeiro, a pandemia; depois, a proliferação de conflitos, principalmente na Ucrânia. Tudo isso levou a um número de pessoas desnutridas, com 120 milhões de pessoas a mais do que tínhamos em 2019. O Brasil, a Itália, a América Latina e a Europa podem colaborar em nível multilateral e dar vida também a iniciativas trilaterais com países africanos, para construir sistemas alimentares mais sustentáveis e produtivos”, observou ele, defendendo uma transição energética sustentável e eficaz.
Na manhã desta sexta (19/07), o presidente e sua delegação conheceram o Cristo Redentor com Dom Orani Tempesta. É a primeira visita de um presidente italiano ao Brasil em 24 anos (o último foi Carlo Azeglio). “Queria fazer uma viagem que me permitisse vivenciar diferentes aspectos da realidade deste país, ir a Brasília, Rio, São Paulo, Salvador e Porto Alegre, esta última dramaticamente afetada pelas enchentes. É um privilégio que me permite apreciar a multifacetada e rica variedade do Brasil. Cada etapa expressa um perfil diferente da identidade profunda deste país de dimensões continentais — um país gigante por sua própria natureza, como diz o Hino Nacional”, comentou.