Nessa terça (11/06), foi inaugurada a mostra “Shunga — o futuro do passado”, de Bruna Pegurier e João Santos, na Gozto, no Largo do Boticário. Os convidados ficaram doidos pelas porcelanas, a tempo de comemorar o Dia dos Namorados com muita, digamos, inspiração. E estavam à venda.
Os artistas criaram as peças pintadas à mão, a partir da sexualidade e do erotismo presentes no Shunga, estilo japonês do século XVII para retratar a arte erótica. Bruna e João são amigos e fãs do trabalho um do outro e, pela excitação dos visitantes, ganharam muitos fãs, e até uma venda secreta: no meio da noite, uma bolinha vermelha apareceu no pedestal onde estava um trio de esculturas fálicas.
E, ainda, DJ e drinques exóticos, no clima da noite, criados especialmente pelo mixologista Mateus Marques e um festival de queijos da Casa Oríven.
Dois personagens foram criados pelos artistas, as “carpas-pênis” e os “caranguejos-vagina”, uma releitura dos seres do fundo do mar; o desenho de uma onda gigante dá o tom à interpretação da dupla para a clássica pintura “A grande onda de Kanagawa” (1831), do japonês Hokusai. “Eu também gosto de corpos nus e, mais ainda. de não deixar que meu corpo e intelecto se restrinjam ao óbvio limitante. “A experimentação e abertura são componentes-chave capazes de nos levar à expansão”, explica Bruna.
“Tenho uma conexão com esse gênero artístico, o Shunga, há mais de uma década, consumindo livros dos grandes mestres do Ukyio-e. Aplico esses conceitos em tattoos, pinturas e estampas. O impacto causado por ele, durante sua ascensão até a quase extinção, ainda me provoca”, disse João, artista e tatuador catarinense que não pôde estar no evento.