Certa vez, eu fui chamada pela diretora de uma empresa para ajudá-la a melhorar a comunicação interpessoal entre todos os colaboradores.
Como de costume, fiz uma primeira reunião para ouvi-la e entender as necessidades dela e da empresa.
Nessa reunião, percebi que não poderíamos avançar sem a participação e o engajamento do seu CEO, pois haviam conflitos específicos entre diretores.
Um dos papéis dos líderes é garantir que suas equipes tenham uma boa comunicação e possam resolver seus conflitos. Porém, esse CEO não queria se envolver e dizia que os diretores tinham que resolver esses problemas sozinhos.
A Diretora conseguiu convencê-lo de participar a uma reunião comigo e fiz uma série de perguntas para saber se o CEO reconhecia a necessidade de melhorar a comunicação na empresa e entender o que já tinha sido feito a respeito.
Resumindo, eu pude presenciar naquela reunião um exemplo perfeito de falta de curiosidade, de escuta e de empatia entre o CEO e a Diretora. O diálogo foi assim :
— CEO: “Já fizemos um trabalho com um consultor e nada mudou”
— Diretora: “Mas aquela consultora só falou comigo umas duas horas.”
— CEO: “Vocês têm que se falar com mais frequência, só isso. Antes de contratar um coach ou consultor, tem coisas que vocês precisam fazer.”
—Diretora: … ficou calada diante da falta de empatia e de tentativa de compreendê-la.
E assim acontece na maioria das situações e dos conflitos. O mais forte tem a última palavra e o outro se cala e se afasta, pois não se sente ouvido e compreendido.
Aquela diretora tem muitas dificuldades de diálogo com um diretor que só quer as coisas do jeito dele, que não ouve e não demonstra empatia.
Como dialogar e resolver conflitos sem tentar compreender o ponto de vista do outro ?
Esses 3 elementos – curiosidade genuína, escuta e empatia – são chave para ter diálogos construtivos e resolver conflitos em qualquer contexto.
O Método Harvard de negociação considera que uma negociação bem-sucedida é aquela que gera vantagens a todos os envolvidos.
A importância da curiosidade e da escuta empática nas interações humanas é fundamental para construir conexões significativas e promover um ambiente de compreensão mútua. Vamos explorar como esses dois elementos desempenham um papel crucial em diversos contextos:
A curiosidade é a chama que alimenta a busca por conhecimento e compreensão. Ao sermos curiosos, abrimos portas para novas ideias, perspectivas e experiências. Essa disposição para explorar o desconhecido nos leva a questionar o status quo, a desafiar nossos preconceitos e a expandir nossos horizontes.
Por exemplo, imagine um profissional que busca constantemente aprender sobre novas tecnologias em sua área de atuação. Sua curiosidade o motiva a se manter atualizado e a inovar em suas práticas, impulsionando seu crescimento profissional.
Por outro lado, a escuta empática é a habilidade de compreender e se colocar no lugar do outro. Envolve não apenas ouvir atentamente o que está sendo dito, mas também captar as emoções e necessidades por trás das palavras.
Quando praticamos a escuta empática, demonstramos empatia, respeito e consideração pelo próximo. Por exemplo, em um relacionamento amoroso, a escuta empática pode fortalecer os laços de confiança e promover um diálogo sincero e aberto, contribuindo para uma relação saudável e harmoniosa.
Em resumo, a curiosidade e a escuta empática são pilares essenciais para uma comunicação eficaz e para o desenvolvimento de relações interpessoais significativas.
Ao cultivarmos a curiosidade em relação ao mundo ao nosso redor e praticarmos a escuta empática com as pessoas com quem interagimos, construímos pontes que nos aproximam, promovendo o entendimento mútuo e a construção de um ambiente mais inclusivo e acolhedor.
E nas empresas, além de contribuir para um maior bem-estar de todos, isso contribui para um aumento significativo da produtividade e lucratividade.
Boa semana!