Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho estão em cena o Teatro Casa Grande, no Leblon, com “Gostava mais dos pais”, com estreia nessa quinta (20/06), no Rio, vindos de temporada em São Paulo.
O espetáculo é uma homenagem aos seus pais Chico Anysio, morto em 2012 e Lúcio Mauro, morto em 2019 (não precisa puxar assunto sobre eles, qualquer brasileiro conhece seus talentos). e também uma reflexão sobre a adaptação na era digital, os desafios de envelhecer e a preservação da identidade com tanta influência dos pais.
Eles se conhecem antes mesmo de nascerem, mas a amizade mesmo veio depois de adultos. “Esse espetáculo é, antes de tudo, a celebração da grande amizade que nossos pais passaram para nós. Nossas trajetórias se entrelaçaram por conta própria, repetindo uma feliz parceria deles, mas do nosso jeito, no nosso tempo”, resume Lucio. “Na peça nós os usamos para falar sobre a passagem do tempo e a tentativa de entender o nosso lugar nesse mundo novo. Os nossos pais estão na nossa vida mesmo que a gente não queira”, completa Bruno, que chegou a trabalhar com o pai, apenas por dois anos, sendo a última aos 18 anos.
A ideia da peça veio antes da pandemia, quando estavam em turnê com “5x Comédia”, espetáculo que rodou o país de 2017 a 2019, com direção de Debora Lamm, texto de Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão, a partir também de ideias também de Bruno e Lucio.
“Nós somos parceiros da Debora há pelo menos 20 anos, no teatro, no cinema e na TV. É uma química testada e aprovada, tanto no pessoal quanto no profissional”, diz Lucio. “Eu e Lucinho começamos a ter várias ideias, mas queríamos um olhar de fora. Foi aí que convidamos Aloísio e Rosana, dois parceiros meus de muitos anos, que assinaram comigo os roteiros de ‘A Diarista’ e ‘Cilada’, respectivamente. Nós sabíamos sobre o que gostaríamos de falar. Eles nos ouviam, traziam ideias e a gente lia, debatia, levantava outras. Enfim, foi um trabalho muito participativo”, conta Bruno.
Os atores interpretam cerca de 10 personagens e várias versões de si mesmos numa série de esquetes que entrecruzam as suas histórias com temas contemporâneos, como as barreiras impostas ao humor e a dificuldade de encontrar os seus lugares na era digital, a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake news.
A plateia praticamente racha o bico em vários momentos.