Foto: Alô Alô Bahia
Se você é apaixonado pelo carnaval da Bahia, pode até conhecer o artista plástico Alberto Pitta, que inaugura a mostra “Outros carnavais”, na Nara Roesler, em Ipanema.
A curadoria é de Vik Muniz, seu amigo há 24 anos. A mostra tem um histórico de sua produção de mais de quatro décadas junto a vários blocos afros de Salvador – como o Olodum, do qual foi diretor artístico de 1984 a 1997– , com tecidos, matrizes antigas e esboços, além de uma parte documental, com cadernos e livros de que participou, como “Gilberto Gil – Todas as letras” (Cia. das Letras).
No segundo andar da galeria, seus trabalhos recentes: pinturas em serigrafia e tinta sobre tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu que a mãe do artista fazia (Mãe Santinha, ialorixá do Ilê Axé Oyá). E, ainda, uma instalação, na claraboia da galeria, com amostras de tecido de seu acervo de mais de 30 anos. No dia da abertura, às 19h, haverá uma conversa com Alberto e Vik.
“Quero que as pessoas vejam o tamanho desse artista, e o que ele vem fazendo há mais de 40 anos. Ele já expôs na Alemanha, na Austrália (Sidney), em muitos lugares. Esta mostra pode ser importante para ele, mas é mais ainda para o mundo da arte”, diz Vik.
Os dois se conheceram em 2000, na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé”, com artistas baianos e internacionais, curadoria de France Morin, no Museu de Arte Moderna da Bahia.
“A iconografia dentro do trabalho dele é muito importante, e vai-se aprendendo. É uma cartilha de significados, muitos deles discretos, porque o candomblé não gosta muito de falar, e Pitta vai soltando as coisas de forma homeopática”, finaliza Vik.