Susana Vieira nunca deixou de falar o que quer (o que lhe rende muitas críticas). Com Mauro Alencar, ela lançou “Senhora do Meu Destino, A Biografia”, nessa terça (07/05), na Travessa do Shopping Leblon. E quanta história em 81 anos, sendo 60 de carreira…
Na fila, que chegava até duas horas de espera para um autógrafo (nenhum artista furou), colegas de profissão, parentes, amigos e muitos fãs. Depois da bio, ela disse que pretende continuar a escrever, só que, agora, crônicas do cotidiano, sobre as mulheres: “Não vou usar esse termo ‘etarismo’, que eu acho chato pra caceta, mas vou falar como é envelhecer no Brasil. É difícil, mas eu cheguei, né?… É só dar porrada e sair empurrando todo mundo. Você acha que eu vou ficar quietinha?”, respondeu ela a um jornalista.
“A maioria das pessoas no Brasil são preconceituosas com todo tipo de gente: gays, lésbicas, velhos, negros… O brasileiro, por natureza, é preconceituoso e ele quer ser chato. As pessoas escrevem bobagens no Instagram, só pra encher o saco dos outros. Não é para ajudar nem nada; eles me chamam de velha, mas eu sou rica, meu amor!”, continuou com a língua afiada.
Perguntada se o contrato era vitalício ou tinha validade de três anos, ela respondeu: “Você acha que eu vou viver três anos? Vitalício é até quando a pessoa morre. Você acha que eu tô com cara de morrer? Só se for atropelada aqui… Eu não faço o menor plano de morrer.”
O autor, Mauro Alencar, um dos maiores especialistas em dramaturgia do país, classifica a biografada: “Susana Vieira é mar”. O livro demorou 10 anos pra ficar pronto e traz um relato sincero — como não poderia ser diferente — de Sônia Maria Vieira Gonçalves.