Depoimento da advogada e deputada estadual gaúcha Juliana Brizola: “A gente nem sabe ainda o tamanho do alcance disso tudo. Estou em Porto Alegre, porque não tem como sair daqui; o deslocamento do estado ficou muito complicado já que as estradas ruíram, as pontes caíram. Então estou atuando direto em Porto Alegre. Estou fazendo o que posso, mesmo podendo muito pouco. Mas acho que, se todo mundo fizer um pouquinho do que puder, já fará uma diferença.
E continua: “Em São Borja, terra da minha avó Neusa Goulart e do meu tio-avô Jango, não foi muito atingida. Subiu o rio e tal, mas nada parecido com o que aconteceu em outros locais, por exemplo, a Região Metropolitana, Porto Alegre, região do Vale do Taquari, região Central.
Eu estou focada muito nos moradores de rua, naqueles que não foram para os abrigos, porque lá sempre tem uma infra-estrutura, e na rua, não, com frio e chuva. Estou conseguindo preparar, toda noite, 200 quentinhas, às vezes um lanche. A gente vai para ali, debaixo do viaduto da Conceição, que é o lugar onde tem uma quantidade maior de pessoas (muitas mulheres).
Estamos arrecadando cobertor para poder dar para essas pessoas que estão na rua. Também estou fazendo outras coisas: uma arrecadação de cestas básicas para levar também para algumas famílias que estão recebendo parentes desalojados, geralmente gente humilde. Enfim, não é fácil, e acho que nós nem temos ideia de tudo”.
Dois ex-presidentes da República são de São Borja, onde foram enterrados: Jango e Getúlio Vargas.