Com a intensidade da tragédia do Rio Grande do Sul, começou a corrida para comprar arroz tanto em cidades do interior do Rio quanto na capital (redes já estão racionando a quantidade por pessoa). Isso porque o RS é o maior produtor do país e, apesar de a maior parte da colheita já ter sido feita, o governo teme que os grãos armazenados tenham que ser destruídos com as inundações e a dificuldade de logística.
Fábio Queiroz, vice-presidente da Associação de Supermercados das Américas (ALAS) e presidente da Asserj, diz que “gostaria de esclarecer e acalmar a população, passando o real cenário que estamos vivendo em relação ao abastecimento dos alimentos produzidos no Sul, principalmente o arroz. Lembro que 83% da produção da última safra de arroz, vinda da região atingida pelas fortes chuvas, foi colhida. Não há relatos de problemas com o carregamento dos caminhões, já que as fábricas contam com trabalhadores. O desafio maior é passar os caminhões nas vias e estradas alagadas e danificadas — eles não estão saindo do RS”.
Na quinta (09/05), o governo Federal aprovou medida provisória publicada no Diário Oficial, autorizando a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a comprar e importar, em caráter excepcional, até um milhão de toneladas de arroz.
“As primeiras limitações de produtos começaram nos supermercados, de forma preventiva. Nos próximos dias, o objetivo é evitar a injustiça social, pois as pessoas com mais capacidade financeira podem comprar grandes volumes de produtos, prejudicando as famílias menos favorecidas, e também evitar um possível aumento dos preços, pois sempre que a demanda e a oferta entram em desequilíbrio, existe tendência de alta. Gostaria que o consumidor não enchesse o carrinho de compras com arroz e que o produto, neste período, pode ser substituído para ajudar a equilibrar a oferta. Busque trocar o arroz por outros carboidratos, como macarrão, por exemplo, para que possamos, juntos, passar por este momento difícil”, diz Fábio.