Foram 25 músicas e 19 convidados — entre cantores, músicos profissionais e amadores — para o repertório do show de aniversário da estilista Alessa, em sua 3ª edição, no Manouche, no Jardim Botânico. Pode faltar tudo, mas não a energia e alegria da anfitriã, que são tão tradicionais quanto a data. Detalhe: a festa não foi fechada, qualquer um podia comprar ingressos. O tema foi “Sambaholic” (viciada em samba), com repertório de clássicos de amor de Cartola, Chico Buarque, Roberto Carlos, Martinho da Vila etc., além do lançamento da nova coleção da calcinha “Abre Alas” criada para o carnaval, sorteada entre os convidados na plateia.
“Conheci muita gente do carnaval através do Milton Cunha (ela cria os ternos espalhafatosos do apresentador), quando frequentamos muito a Cidade do Samba e quadras de escolas antes dos desfiles. Nilcemar Nogueira, por exemplo, conheci no carro da Mangueira com os amigos da Alcione (para quem ela também produz o figurino). Eu já ia cantar Cartola e, quando a conheci, meu Deus: é a neta do Cartola! Cantamos ‘Amor proibido’ e foi demais. Para cada convidado, tinha uma história”, diz Alessa.
Milton costuma ir como amigo convidado, ou seja, na figura privada, mas ele não aguentou e começou a fazer o esquenta: subiu ao palco, tão natural para ele quanto o oxigênio, pegou o microfone, fez entrevistas com as pessoas, e tudo virou uma loucura, até mesmo antes do primeiro número.
O sambista Moacyr Luz ficou no camarim, que não era muito espaçoso e, possivelmente, nunca deve ter visto nada tão agitado. Perguntado o que estava achando da coxia, ele respondeu: “Eletrizante!”
Alessa abriu o show com “Sob medida” (“Se você crê em Deus, erga as mãos para os céus e agradeça”…), de Chico Buarque, à capela; no fim, entrou a banda.
Estreia mesmo foi a da psicanalista Viviane Mosé, cantando em dupla “A Rita”, de Chico Buarque.
O final (só do show) foi com o intérprete Ito Melodia com “É hoje” (1982), samba-enredo da União da Ilha, conhecido na voz do seu pai, Aroldo Melodia.