Temos Débora Falabella nos palcos cariocas. Independentemente de quem são os envolvidos, a atriz, por si, dá uma mexida na agenda cultural carioca. Foi, nessa terça (30/05), a estreia de “Prima Facie”, no Teatro Adolpho Bloch, Glória, em versão dirigida por Yara de Novaes, no primeiro solo da carreira de Falabella.
Desde a sua estreia em Londres, em 2022, o espetáculo seguiu uma trajetória meteórica. Escrito pela australiana Suzie Miller, o texto ganhou dezenas de montagens, conquistou a Broadway e o West End inglês, é disputada quase a tapa entre produtores e inspirou debates para mudar algumas leis britânicas. Débora interpreta Tessa, uma advogada que aceita defender todo tipo de crime, inclusive de abusos sexuais, sem prejulgar. No entanto, os papéis no processo se alteram quando ela sofre uma violência e se torna testemunha e vítima, passando a rever valores e a questionar o sistema judicial.
Todos os 360 lugares do teatro estavam ocupados: rostos conhecidos de todas as áreas de atuação, incluindo Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República (a 1ª mulher à frente da instituição em 132 anos), que bateu um longo papo com a atriz ao fim do espetáculo e foi convidada para fazer um debate com o públivo pós-peça, ainda sem data definida. Dodge sempre diz que a legislação de combate à violência contra as mulheres, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, ainda não surtiu o efeito desejado para reduzir as violações de direitos das mulheres. Para ela, é necessário implementar políticas públicas que garantam a aplicação efetiva das leis, até pelo aumento progressivo de casos.
Falabella fica em cartaz até o fim de junho, tira férias com a família em julho e volta em setembro,com temporada em São Paulo.
Outro fato é que, pelo sucesso nos palcos, a autora Suzie Miler foi convidada para debater sobre o tema na última assembleia da ONU sobre o abuso a mulheres. Atualmente, “Prima Facie” está com montagens em diversos países: Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Turquia, dentre outros.