Com a chegada de Madonna ao Rio, nesta segunda (29/04), muita gente está curiosa com o que a cantora vai fazer na cidade até sábado (04/05), dia do show. Por enquanto, no começo da tarde, ela abriu a cortina da sua suíte no 6º andar, usando óculos escuros, e deu uma olhadinha para o palco.
Madonna veio seis vezes no Rio: três com turnês (1993, 2008 e 2012) e outras visitas (2009, 2010 e 2017). Ela esteve em alguns lugares, como o restaurante Satyricon, em Ipanema, com quatro integrantes da equipe, e comeu o famoso pargo no sal grosso; nas outras, foi ao Sushi Leblon (2009) e ao Aprazível (2010). Além disso, esteve em festas, jantares discretos e bem vigiados; visitou três favelas (uma delas em 2017, no Morro da Providência, no Centro, onde posou com policiais militares) e, obrigatoriamente, foi ao Sambódromo com políticos e a um show descolado numa quarta à noite, no Circo Voador, levada pelo então namorado, Jesus Luz (2010), e fez um passeio ao Cristo Redentor e um ensaio fotográfico no Hotel Glória.
Onde você levaria a artista?
O escritor André Gabeh fez um texto ficcional com um roteiro sobre paradas tipicamente cariocas, sob o seu ponto de vista:
“Madonna me liga, pedindo que eu a leve pra conhecer o Mercadão de Madureira. Levo ela lá. Depois vamos ao meu terreiro em Imbariê, ela desenvolve sua PombaGira Joan Rivers e passa a noite lendo Le Normand para os recolhidos. No dia seguinte, passaria o dia no roncó (no candomblé, espaço sagrado onde ficam recolhidos os iniciados na religião), e depois quebraríamos preceito nos bares insalubres do Rio. Enquanto isso, Lourdes Maria arrumaria um emprego da Chilli Beans do Bangu Shopping. Aí, Madonna se apaixona pelo Humberto Carrão, tem um caso sáfico com Talitha Morete (Madonna é aleatória, gente!), faz o show em Copacabana cheia de contra-Egum (amuleto de proteção) e, na hora de LIKE A PRAYER, chama umas equédis (as zeladoras dos orixás) e cantaria ‘Eu vi mamãe oxum na cachoeira’ à capela. Depois saímos dali e vamos tomar caipirinha de tangerina com rapadura em algum bar de Botafogo. Madonna tem esse astral de Mãe de Santo Branca, né? Que mistura Xamanismo com canjerê e faz borí (no candomblé ‘Oferenda à Cabeça’) com Sálvia, Bálsamo Tigre e Poppers. Sinto isso. Coisa minha. Aí ela voltaria pra sua casa, falaríamos por ZAP durante seis meses. Brigaríamos porque eu falei que adoro Lady Gaga. Deixaríamos de nos seguir no Instagram. Ela lançaria um álbum chamado ‘Santeria’ só com músicas inspiradas em pontos de Candomblé e reggaton, criaria uma briga com os macumbeiros brasileiros porque Santeria é de Cuba. Uau. Seria um fuzuê que eu só acompanharia de longe porque nesse ínterim estaria muito ocupado levando Beyoncé para conhecer Barretos”.