Com quase 70 mil médicos, o número de profissionais por habitantes no Rio supera a média de países desenvolvidos e é o segundo maior do país, atrás apenas do Distrito Federal. De acordo com a “Demografia Médica”, divulgada nessa segunda (08/04), pelo Conselho Federal de Medicina, existe uma média de 4,34 médicos para cada mil habitantes no Estado, contra 3,7 em países membros da OCDE. Se essas estatísticas refletissem no atendimento público, não seria incrível?
O Conselho Federal de Medicina alerta, contudo, que o número de profissionais está crescendo num ritmo acelerado pela abertura de novas faculdades, num cenário que pode “suscitar questionamentos sobre a qualidade da formação oferecida”. Além disso, o CFM destaca que a concentração de médicos em capitais e regiões mais desenvolvidas do país continua alta. No Rio, por exemplo, 63% dos doutores estão na capital, enquanto apenas 37% estão no restante do Estado. A média de idade dos profissionais cariocas é de 50 anos, com 25 anos de formados. E, diferentemente da média nacional, o número de mulheres que atuam no Rio é maior que o de homens.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio, o médico Walter Palis, os dados revelam o potencial do Estado na área da saúde: “Temos uma medicina de excelência e somos um dos principais pólos de formação profissional do país. Hoje, o número de profissionais é adequado, mas mal distribuído. Existe espaço para mais investimentos no setor, em pesquisas e inovação, além de uma melhor hierarquização da saúde, com os entes federal, estadual e municipal definindo suas competências”.