O presidente Joe Biden, que fazia guerra às drogas no Senado, deve afrouxar a maior regulação federal da cannabis nos EUA em décadas.
O movimento é visto pela campanha como uma oportunidade de recuperar a simpatia dos jovens, grupo essencial para a vitória em 2020, mas que vem se distanciando de Biden por seu apoio a Israel na guerra Israel-Hamas, informa a Folha de São Paulo, nessa terça (02/03).
E completa: um gesto simbólico importante ocorreu no início de março, quando o presidente entrou para a história como o primeiro a defender o afrouxamento da regulação federal da maconha no tradicional discurso Estado da União.
Sob aplausos, Biden destacou que instruiu seu governo “a revisar a classificação federal da maconha e expurgar milhares de condenações por mera posse, porque ninguém deve ser preso simplesmente por usar ou ter isso em seu registro”.
Há duas décadas, uma menção do tipo seria impensável para um candidato em ano eleitoral, mas a opinião da população mudou tanto que, hoje, o tema está longe de ser polêmico: 70% dos americanos afirmam que o uso de maconha deve ser legalizado, segundo pesquisa Gallup realizada em outubro.
Atualmente, o uso recreativo da maconha é legal em 24 estados, e o medicinal, em outros 12.
Em 2018, em levantamento, no “Cannabis Price Index 2018”, a cidade de São Paulo ficou em 14ª do mundo onde mais se fuma maconha, sendo 16,55 toneladas consumidas todos os anos; já o Rio apareceu em 28º lugar, com 8,69 toneladas fumadas por ano e NY como a campeã, com 77,44 toneladas.
Segundo estudo de 2017, da Fiocruz, 7,7% dos entrevistados (17 mil pessoas, de 12 a 65 anos) fizeram uso de maconha e a cannabis foi a substância ilícita mais usada no país e, mesmo diante do resultado relevante, outras pesquisas e outros fatores apontaram que o número de usuários pode ser ainda maior, até pelo alto nível de apreensões no país.
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas divulgado em 2020 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a cannabis é a substância mais usada no mundo, sendo consumida por 192 milhões de usuários.