O desenhista Ziraldo morreu dormindo em sua casa, na Lagoa, neste sábado (06/04), aos 91 anos, de falência múltipla dos órgãos. O anúncio foi da família, pela cineasta Daniela Thomas, a “irmã” do “Menino Maluquinho”. Segundo amigo de Ziraldo à coluna, ele só poderia ir do jeito que viveu: leve e sereno.
É difícil resumir a vida grandiosa desse artista, chargista, caricaturista, jornalista, grande nome da literatura infantil, o mineiro mais carioca de todos. Ele foi um dos fundadores, nos anos 1960, do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil. Formou gerações – até hoje, tanto que está em cartaz no CCBB a exposição “Mundo Zira – Ziraldo Interativo”, sobre todo o universo do artista em comemoração aos seus 90 anos. Também falou para todas as faixas etárias, criando personagens considerados emblemáticos para a literatura infantil, passando pela política, provocações e cartazes de filmes. Seus livros venderam mais de 10 milhões de exemplares e foram publicados em vários idiomas.
Neste sábado, Ziraldo foi o assunto mais comentado nas redes: entre amigos, parentes, colegas de profissão e por quem cresceu lendo suas histórias. Mas sem sentimento de tristeza, só alegria pela sorte de existir um Ziraldo no mundo.
O canal Curta! vai fazer uma homenagem ao artista com o documentário “Ziraldo — Era Uma Vez Um Menino”, neste domingo (07/04), às 21h, com horários alternativos durante a semana. A produção, em tom confessional, traz as histórias da vida e da profissão do cartunista, com direção de Fabrizia Alves Pinto, filha de Ziraldo.