A libido está alta em “Renascer”, novela das nove da TV Globo. Nas cenas dessa terça (09/04), o cuecão de Tião Galinha (Irandhir Santos) usado por Coronel Egídio (Vladimir Brichta), digamos, num rompante de fetiche, explodiu a Internet, sendo um dos assuntos mais comentados do “X”, a rede mais falada dos últimos dias (entenda neste post da coluna).
Outro casal tem tirado a paz dos telespectadores: Eliana (Sophie Charlotte) e o matador de aluguel Damião (Xamã), em cenas que pegam fogo – até pela direção de fotografia de Fabricio Tadeu. “O desejo e o sexo andam sendo muito bem escritos como moeda de troca nas relações de poder da novela, pois podem atravessar hierarquias, como de classe ou ideológicas, de forma pura ou combinada, comprovando o quanto o desejo pode ser algo tão disruptivo dramaturgicamente. Certamente, Dona Patroa (Camila Morgado) seria a craque do jogo, por ter invertido a polaridade de forças de modo tão eficaz em face de seu marido, não fosse o fato de Brichta não ter roubado a medalha de craque pra si. Mesmo assim, muito maravilhoso foi ver a Patroa poder dar o troco de humilhações anteriores, demonstrando como é trocar de lugar”, analisou o crítico de cinema Filipo Pitanga.
Sobre as cenas de Sophie e Xamã, o especialista em audiovisual até apelidou o novelista de “Bruno/Benedito Luperi Von Trier”, sobrenome do diretor dinamarquês Lars, do polêmico “Ninfomaníaca”, que brincava com os rostos de todo o elenco na hora H do clímax. “Existe uma toxicidade no narcisismo perverso da personalidade da personagem de Sophie que pode gerar relações de abuso. Mesmo com mais de 30 mortes nas costas, nem toda a experiência de Damião muda o fato de que ele está numa situação subordinada, e Eliana é patroa e opressora hierárquica”.