A previsão do tempo para esta quinta (21/03) é de calor extremo, mas com virada pela frente fria já durante a noite e todo o fim de semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciou para todo o estado “grande perigo”, o grau máximo do órgão.
Além disso, o biólogo Mario Moscatelli alerta para um outro fenômeno, a maré de sizígia, quando a Lua e o Sol estão em conjunção com a Terra. “Temos que nos preparar para o pior. Se ele não vier, que bom, mas, pelos modelos matemáticos, a situação é gravíssima. A sizígia é maré bem alta, até mais do que indicada pela Marinha, pelo incremento da passagem da frente fria, podendo criar um paredão de água contra a drenagem das águas vindas do continente. Chuvas de até 500 mm não são chuvas, são precipitações Bíblicas! Toda essa água vai ser represada pela maré, e minha maior preocupação técnica é com as áreas de baixada (Fluminense, Jacarepaguá e Sepetiba)”, indica Mario.
Resumindo, o que pode acontecer é algo parecido com a tragédia de 1996, quando o Rio parou, muita gente morreu e ficou desabrigada. A lagoa Rodrigo de Freitas transbordou completamente — “isso numa época em que os extremos climáticos ainda eram apenas teoria”, lembra Mario.
O prefeito Eduardo Paes gravou um vídeo em suas redes para falar sobre o assunto, do Centro de Operações Rio (COR), onde vai passar a noite: “Estamos acompanhando e torcendo para que as previsões possam mudar. Estamos com efetivo redobrado em áreas ligadas ao tema, e o Centro de Operações está funcionando o tempo todo. A recomendação é quem puder se deslocar um pouco antes das 19h de hoje; a segunda dica é ter um fim de semana o mais doméstico possível”.
Por fim, Mario diz: “Vamos torcer para que os modelos matemáticos estejam enganados, porque o clima é um negócio muito dinâmico e compleo; mas avisados todos fomos já há algumas décadas. Isso é um aspecto de natureza cultural, principalmente no Brasil: o empurrar com a barriga até que, literalmente, a casa cai ou é inundada. É aquilo que eu chamo de resiliência patológica, ou seja, a sociedade aceita tudo”.