Arte em casa: essa foi a ideia da primeira individual do artista Bruno Miguel, embora tenha nome em inglês, “Home Sweet Home”, na galeria Movimento, na Gávea, nessa quinta (07/03).
A mostra percorre a produção recente do artista em 10 trabalhos, entre pinturas sobre tapeçarias históricas e esculturas em vidro e cristal e até embalagens plásticas vazias. Pelo texto de Letícia Cardoso, “é uma imersão poética no universo doméstico do artista, onde coleções de objetos e memórias são habilmente transformadas em expressões artísticas que dialogam com a identidade, a cultura e a história brasileira”.
Os convidados paravam na instalação dos pratos nas paredes. “Eles têm relação com o grafismo urbano dos subúrbios do Rio, com as grades e as pichações que quem vive na cidade está acostumado a ver”, diz Bruno, que também relaciona à sociedade do consumo em “O vazio que nos consome”, as embalagens plásticas de produtos consumidos pelo próprio artista, que são lavadas, preenchidas com resina e tinta. “Elas têm relação do pop com o ambiente doméstico e falam sobre a fetichização do consumo, sobre o condicionamento social de que consumir faz parte da nossa estrutura”.
A exposição é um recorte dos 20 anos de carreira do carioca, que escolheu obras e séries “onde a relação do meu pensamento pictórico com o ambiente doméstico transborda cor e memória — minha poesia se apropriando de tapeçarias, móveis, pratos, objetos da cozinha, da sala de jantar e de vários outros suportes”, finaliza.