Na mesma terça (12/03), de manhã, um vídeo de policiais militares viraliza, batendo palmas e cantando parabéns para um miliciano (Jean Arruda da Silva, baleado em operação que prendeu 15 suspeitos de integrar o “bonde” da milícia, do grupo de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho), que está internado, sob custódia, em um hospital do Rio. No fim da tarde, um bandido, identificado como Paulo Sérgio Lima, com duas passagens pela polícia pelo artigo 157 (assalto a mão armada), pegou um ônibus na Rodoviária Novo Rio e fez 18 reféns, sendo um ferido em estado grave, internado no Hospital Souza Aguiar. Segundo o porta-voz da PM, Marcos Andrade, todos os reféns foram libertados sem ferimentos e depois atendidos pelo Corpo de Bombeiros.
No primeiro caso, vergonha nacional, com os envolvidos afastados e investigados; no segundo, a movimentação da PM e do BOPE acertando do começo ao fim, depois de três horas de negociações.
“De manhã, uma polícia que envergonha, apesar de não conhecermos as circunstâncias, numa situação de deboche, pouco profissional, de pouco zelo com a imagem; de noite, uma polícia que nos dá orgulho, conseguindo conduzir uma operação que pode parecer simples, mas é de altíssima complexidade. O sucesso de uma operação como essa demonstra uma maturidade do BOPE — parecem duas polícias diferentes”, diz Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope e coprodutor do filme “Tropa de Elite”.
E completa: “O Victor (Santos, secretário de Segurança) conduziu tudo, e essa ainda nem é a equipe dele. Só ontem, saiu o decreto do governador Cláudio Castro pra ele montar a sua equipe”.
O decreto citado foi publicado nesta mesma terça (12/03), que vincula as secretarias de Polícia Civil e Militar à estrutura da Secretaria do Estado de Segurança Pública (Sesp), recriada em 2023 e, com ele, Victor vai ter o poder de exonerar e indicar nomes para os dois cargos. O Instituto de Segurança Pública (ISP) estava vinculado à Secretaria da Casa Civil até essa segunda (11/03), e agora voltará a estar subordinado à Segurança Pública. Além disso, o Fundo Estadual de Segurança Pública do Rio (FUSP) também será gerido por Victor Santos.