Não existe quem saia o mesmo depois de “Macacos”, um dos mais elogiados espetáculos da temporada de 2023, com texto, direção e atuação de Clayton Nascimento, que recebeu o Prêmio Shell em 2023. Foi o que aconteceu nesse sábado (23/03), no lotado Teatro Riachuelo, no Centro – são quase mil lugares por sessão e com ingressos esgotados em todos os fins de semana, incluindo a data extra, nesta quarta (27/03). Ou seja, quase 7 mil pessoas em três fins de semana. Sozinho em cena por mais de três horas, Clayton entra em fatos da História para falar da estruturação do racismo no país. “Monólogo absolutamente fundamental! Corram, cancelem compromissos! Este homem dá aula!”, disse a atriz Drica Moraes ao sair da sala.
Assim como a ex-Procuradora Geral da República Raquel Dodge, a deputada federal Benedita da Silva com o marido, Antonio Pitanga, e o casal Daniela Mercury e Malu Verçosa, que está no Rio este fim de semana.
“Pra mim esse espetáculo é uma ode ao teatro, uma peça que ensina a todos nós a nos olharmos de outra maneira, valorizarmos o que temos que valorizar, a entendermos onde chegamos. Saio daqui querendo que o mundo inteiro assista e ouça o que ele tem a dizer. Tem que levar para todo o país, quero levar para o Ilê (bloco baiano), para o trio elétrico e colocar nas praças públicas em todas as cidades. Saio daqui refastelada, invadida pela arte de Clayton da maneira mais espetacular do mundo e transformadora”, disse Mercury.
“Macacos” virou livro em 2022 e, em janeiro deste ano, passou a ser leitura obrigatória no vestibular da primeira escola de teatro do Brasil, a Martins Pena.