A Comunicação Não Violenta (CNV) no trabalho é uma abordagem que visa a melhorar a comunicação e os relacionamentos no ambiente profissional. Impacta positivamente o clima organizacional e facilita a criação de uma cultura de confiança nas empresas.
Decidi introduzir seus conceitos no mundo corporativo em 2011, quando comecei a atender líderes como Coach Executiva, por exemplo. Dois anos depois, resolvi dar palestras sobre esse tema e criar um treinamento específico para lideranças.
À época, a CNV era totalmente desconhecida desses profissionais, que se encantavam com os resultados obtidos assim que punham em prática seus conceitos — era um divisor de águas para a grande maioria.
Praticar a Comunicação Não Violenta no trabalho pode ajudar a promover um ambiente mais colaborativo, empático e produtivo entre colegas, funcionários e gestores.
É ensinada em mais de 120 países nos cinco continentes e baseia-se principalmente em dois pilares: a escuta empática e a expressão autêntica. A intenção é criar uma conexão genuína com seu interlocutor a fim de aumentar a qualidade da comunicação e da relação.
A escuta empática é uma habilidade fundamental na comunicação interpessoal, especialmente no ambiente de trabalho: envolve ouvir atentamente o que a outra pessoa está dizendo, demonstrando interesse genuíno em compreender seus sentimentos e pontos de vista. Para praticar a escuta empática, é importante manter contato visual, validar as emoções da outra pessoa, fazer perguntas para esclarecer e demonstrar empatia.
Ao praticar a escuta empática no trabalho, você pode ajudar a fortalecer os relacionamentos, resolver conflitos de forma mais eficaz, aumentar a confiança e o engajamento da equipe e melhorar a comunicação como um todo.
A expressão autêntica envolve a capacidade de comunicar seus pensamentos, sentimentos e necessidades de forma genuína e verdadeira. Ser autêntico no ambiente de trabalho significa ser honesto consigo mesmo e com os outros, transmitindo suas opiniões e emoções de maneira sincera e respeitosa.
Ao praticar a expressão autêntica no trabalho, você pode promover a transparência, construir relações mais sólidas com seus colegas e criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados. No entanto, é importante encontrar o equilíbrio certo, sendo honesto sem ser ofensivo e mantendo o profissionalismo em suas interações.
Contudo, essa honestidade e autenticidade na comunicação só é possível quando se cria um ambiente onde há segurança psicológica.
Entretanto, uma Pesquisa Global da McKinsey realizada durante a pandemia confirma que, de modo geral, apenas um número reduzido de líderes empresariais apresenta os comportamentos positivos capazes de criar esse clima de segurança psicológica na força de trabalho.
A boa notícia é que essas habilidades podem ser desenvolvidas através de cursos, treinamentos, mentoria, coaching e programas para lideranças.
Com exceção de determinados perfis psicológicos que querem subjugar as pessoas com quem trabalham e não têm interesse em relacionamentos genuínos de ganha-ganha, os líderes, na grande maioria, mudam sua forma de se comunicar e apreciam muito o impacto positivo da CNV, tanto na vida pessoal quanto na profissional.
A CNV foi criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg no começo dos anos 1960, em sintonia com o movimento dos direitos civis americano, quando ele começou a trabalhar como orientador educacional em escolas e universidades que abandonavam a segregação racial. Durante esse período extremamente tenso, porém frutífero, Rosenberg providenciava arbitragem e treinamentos em técnicas comunicativas de mediação e pacificação. Foi, nesse pano de fundo, que desenvolveu a CNV.