O artista Alexandre Murucci montou uma “operação de guerra” para içar, até o 3º andar do Centro Cultural Correios, no Centro, um tronco de meia tonelada e 8 metros de comprimento, peça principal da individual ”Aduana”, aberta nessa quarta (13/03), com curadoria de Denilson Baniwa. O artista esclarece: não derrubou nenhuma árvore (no caso, uma cajazeira) — ela foi trazida de um sítio do estado do Rio, já condenada, coitada! Em compensação, virou estrela da exposição. O tronco “flutua” na sala, e uma parte mostra um ‘‘raio X” que simula a árvore ainda viva, com flores e folhas. “Assistimos ao saque de nossa biodiversidade e à contaminação da Amazônia pelo garimpo, pelas drogas e por fundamentalismos que insistem em destruir crenças e saberes milenares, em descasos que escorrem por aduanas diversas, ilegais ou institucionais”, diz Murucci.
A mostra ocupa 530 metros quadrados entre esculturas, objetos e fotografias, desde o posicionamento político a peças poéticas.