A troca de generosidades entre Eduardo Paes e integrantes do PP (Progressistas, partido de centro-direita, que sempre foram oposição ao MDB do prefeito), na manhã desta sexta (23/02), em encontro FGV, em Botafogo, para o seminário “Pacto pelo Rio”, só não soou, digamos, cretina, porque o Paes traz em si a carioquice.
No início do discurso, ele citou todos os nomes do PP, o presidente da Câmara, Arthur Lira; o líder do partido, Doutor Luizinho; e o deputado federal Júlio Lopes. “Cito não só porque eu tenho carinho por eles, mas pelo desejo de ver o PP me apoiando nas eleições deste ano; é por interesse também. Se alguém tinha dúvidas na hora que eu estava fofocando com Lira e Cláudio Castro, está esclarecido”, disse ele, o único palestrante que conseguiu gargalhadas da plateia.
Paes também elogiou Castro, principalmente sobre os números da Segurança Pública do ano passado. “Aplaudam o governador e não a mim. Entre os 27 estados, o Rio é o 20º entre as cidades mais violentas. Queria alertar sobre a questão da narrativa, e não quer dizer que não tenhamos que analisar os profundos problemas da cidade. Mas temos que lembrar os números positivos também. Nós, cariocas, tratamos o Rio igual à mãe da gente: podemos falar mal, mas tem horror de ouvir falar mal. Vamos analisar tudo, mas tratar de fatos e verdades”, disse, para emendar outra piada.
“Este estado e esta cidade precisam ser analisados nos seus problemas, mas a partir de uma perspectiva de realidade. Obviamente que os problemas mais latentes aparecem numa cidade como o Rio. Quando eu ouvi a voz da Ana Luíza Guimarães (apresentadora do evento e da TV Globo), olhei pra Castro e quase caí pra trás pensando que íamos ter um RJ2 ao vivo”.
Lira também retribuiu o carinho: “Se aqui pudéssemos fazer uma fala por união, citaria Castro e Paes que, juntos, fazem pelo bem da cidade do Rio, do estado. São duas figuras políticas muito queridas por mim, amigos pessoais. Eduardo sabe do meu amor pelo Rio, que representa a cara do Brasil. E nosso fraco são os botequins, que você está me devendo umas voltas no Cachambi, na Tijuca, no Momo, enfim, as coisas que o Rio tem raízes”.