Quem nunca sofreu com situações de inveja no trabalho? Fofocas, sabotagem, puxada de tapete, mentiras, bullying, injustiças…
Eu mesma perdi meu primeiro emprego por causa de uma colega invejosa que tinha a confiança dos donos da empresa e inventou uma mentira para que eu fosse demitida. Ela era a única mulher da empresa e tinha toda a atenção dos colegas masculinos. Quando fui contratada, esses colegas começaram a me dar atenção, e ela não aguentou.
Segundo a pesquisadora e diretora de Recursos Humanos Rode Ziembick, a inveja nasce conosco: “Todos somos invejosos em alguma medida. O que nos diferencia, uns dos outros, é como lidamos com ela.” Rode pesquisa a inveja nas organizações há 30 anos.
“A inveja é basicamente um sentimento ruim, provocado pela quebra da imagem positiva que cada um tende a fazer de si mesmo — seja no espelho da academia, seja na sessão de feedback do chefe. Esse golpe no ego acontece quando você detecta que está em uma situação aparentemente menos favorável que a de outra pessoa.”
A inveja no trabalho pode se manifestar de diversas maneiras. Alguns exemplos incluem:
1. reconquista: quando um colega não consegue lidar com o sucesso ou reconhecimento que você recebeu e tenta diminuir suas conquistas de alguma forma;
2. boicote: um colega pode agir para minar seus esforços ou sabotar seu trabalho, com o intuito de prejudicar sua reputação ou avanço na carreira;
3. ciúme: pode ocorrer quando um colega se sente ameaçado pela atenção que você recebe do chefe ou de outros colegas de trabalho, levando a comportamentos negativos em relação a você.
Quando sofri com a injustiça de ser demitida por puro ciúme, eu era muito nova, não sabia como agir e me defender nesse tipo de situação.
Os líderes precisam reconhecer a existência desse tipo de sentimento nos seus colaboradores e se responsabilizar por não estimular nem permitir comportamentos que causam prejuízos entre colegas.
Praticar os conceitos da Comunicação Não Violenta (CNV), criada pelo psicólogo Marshall Rosenberg, pode ajudar muito, pois ela traz uma nova perspectiva — mais humanizada e compassiva — sobre os relacionamentos, oferecendo caminhos para sair da comparação destrutiva.
Segundo Patrícia Amélia Tomei, professora da Escola de Negócios da PUC (RJ) e autora do livro “Inveja nas Organizações, “a inveja parte muito de uma idealização do invejado. Ao ter mais nítida a humanidade e vulnerabilidade do outro, sua autoimagem melhora e você diminui aquele ímpeto de destruição alheia. Isso, num ambiente corporativo, gera uma equipe mais colaborativa. A inveja no escritório, por outro lado, tende a provocar danos sérios à organização.”
Lidar com essas situações pode ser desafiador, mas manter a calma, buscar apoio e continuar focado em suas metas pessoais e profissionais são atitudes fundamentais.
Se a situação se tornar insuportável ou perigosa, pode ser útil conversar com um gerente ou líder de equipe para obter orientação sobre como melhor lidar com isso. Só tenha um cuidado: evite abordar o assunto, reclamando e se queixando ou criticando a pessoa invejosam: nenhum líder gosta disso. Procure se posicionar de forma madura e factual, sem lamuriar. Sugiro que comece ouvindo, perguntando ao gestor se ele percebeu algo nesse sentido.
Você precisa se preparar para esse tipo de conversa difícil. Ensino como fazer isso no meu método de comunicação assertiva e estratégica, “Método CONECTA”. São sete passos para uma comunicação interpessoal de sucesso: https://mariebendelac.com.br/ metodoconecta
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Boa semana!