Considerações do jornalista Fernando Molica sobre o réveillon em Copacabana: “De onde veio essa história de se proibir garrafas de espumante?”
“Os arrastões do réveillon anterior justificariam mudanças no esquema de segurança para a virada. Mas não custava nada a prefeitura, a PM e os jornais enfatizarem que haveria, digamos, portões de acesso à Avenida Atlântica, onde PMs passariam a controlar a entrada do público. Foi destacado o de sempre (bloqueio de carros a partir de tal hora, proibição de estacionamento na orla, bilhetes especiais do metrô). Mas e sobre as ruas perpendiculares que — como a Santa Clara — estariam fechadas? Fui surpreendido por uma fila para chegar à praia – fila obviamente furada por muita gente. E de onde veio essa história de se proibir garrafas de espumante? Há pouco, dei uma olhada em matérias de jornais e numa publicada no site da prefeitura. Nelas se dizia que haveria proibição de venda de bebidas em garrafas de vidro. Proibir a venda é uma coisa; impedir o acesso à praia de garrafas levadas pelo público, outra. Era patético ver, na fila, pessoas abrindo espumantes por volta das 23h/23h15 e jogando seu conteúdo em garrafinhas de água mineral. Abrir um espumante no primeiro segundo do novo ano é algo tradicional e não lembro de confusão ou briga em passagens de ano em que tais garrafas tenham sido usadas como armas. Repito: a prefeitura e a PM têm o direito de tomar medidas mais rígidas para proteger o público (ainda que isso possa gerar um esvaziamento da festa). Mas as mudanças precisam ser bem divulgadas, de maneira clara e objetiva”.