O Carnabendita, projeto das sócias Natália Guimarães e Tati Vitoriano, da Bendita Produções, pretende dobrar o número de blocos de rua ajudados no ano passado — elas são uma espécie de facilitadoras que conectam os blocos às marcas patrocinadoras, sendo a Ambev a maior delas, exatamente para não acontecer como o Timoneiros da Viola, que deu fim à festa pré-carnavalesca anual em Oswaldo Cruz, no subúrbio, que tem Paulinho da Viola como cofundador e anfitrião, por falta de apoio.
Em 2023, foram sete desfiles de seis blocos, para mais 1 milhão de foliões, com geração de mais ou menos 400 empregos e mais de R$ 1 milhão de patrocínio captados. Para este ano, o projeto pretende ajudar 12 blocos e conseguir R$ 2 milhões. “Atuo no carnaval de rua há 17 anos e conheço muita gente do meio. Ano passado, procuramos os blocos e conseguimos montar a nossa cartela de opções para apresentar aos patrocinadores. Este ano, além de repetir a parceria com praticamente todos, muitos outros estão nos procurando até hoje, porque muita gente não tem patrocínio ainda. Estamos tentando absorver todo mundo para que ninguém deixe de sair por causa de dinheiro”, diz Natália.
O projeto tem nomes, como Sargento Pimenta, Agytoê, Carrossel de Emoções, Empolga às 9 e Chá da Alice, responsável pela estreia da baiana Daniela Mercury no carnaval carioca, dia 21 de janeiro, no Centro, a partir das 7h.
“Criamos ações que saiam da mesmice, que vão além da distribuição de brindes, por exemplo. Algumas das ideias que estão disponíveis para marcas que quiserem apoiar são a criação de banheiros que incluam todos os gêneros; entrega de pedidos por drone; disponibilização de óculos de realidade virtual em locais fechados, para que o usuário se sinta dentro de uma bateria de bloco; postos de alteração gratuita de nome e gênero nos documentos para pessoas da comunidade LGBTQIAP+ e muitas outras”, explica Natália.