A Ela, revista feminina de maior circulação no Brasil, comemorou 60 anos com festa no Copacabana Palace (cenário com história), no último sábado (16/12). Antes da apresentação de Bebel Gilberto, a editora da revista, Marina Caruso, foi ao microfone: “Sessenta anos se passaram, e a Ela acompanhou as inquietudes da mulher contemporânea, na moda, na beleza, na gastronomia, e muito além delas. Chique é ter borogodó, ser antirracista, carioca e cosmopolita, igualzinho à Ela”. Como visto, a autonomia feminina estava à mão.
Muitas “capas” desfilavam pelos salões, como Luiza Brunet, uma das escolhidas para a edição das seis décadas (com Xuxa e Zezé Motta). Modelos, produtores, editores, diretores, colunistas, jornalistas, repórteres, muitos estilistas e artistas destacados da vida carioca, misturavam elegâncias urbana e praiana.
Repara que, em evento que tem a ver com moda, é todo mundo se distraindo, porém jamais distraído. A gente sabe tudo, à vista ou no subentendido: que sapato é aquele, que vestido é aquele, que joia é aquela e, claro, tudo depende de quem usa. “O que seria da vida sem a estética?”, perguntou uma jornalista. Formam-se afetos ardentes mesmo que você nunca tenha visto aquela pessoa ou talvez não volte a vê-la. A situação vivida é a melhor, talvez inesquecível — com ou sem cinco taças de champagne.
Em dado momento, veio a voz suave da filha de João Gilberto em “Ela é carioca”, de Tom e Vinicius. Para dar o clima da informalidade, Bebel levou sua inseparável cachorrinha, Ella.
Camila Pitanga chegou e praticamente parou tudo com o vestido estrategicamente decotado (e alguém sugeriu que aquele corpinho merece ser tombado pelo patrimônio), contrastando com o look “esquimó” de Barbara Paz, embora seja da coleção verão 2024 de Lenny Niemeyer — não fosse o ar-condicionado bombando, ela perderia uns quilinhos.
Neste momento de encolhimento dos impressos, a revista Ela, com toda a atualidade, nem sabe o que é isso, mostrando todo o seu poder.