A rainha não morre no final, mas quase… Duas partes de cinco episódios cada para encerrar o novelão de uma das nossas famílias favoritas do streaming (as outras estiveram em Game of Thrones, Downton Abbey e Succeession).
Depois da quinta temporada morna, a primeira parte do encerramento centrou na paixão e morte da princesa Diana. Sinceridade? Não me pegou, apesar do tour de force de Elizabeth Debicki, como a falecida. Ainda prefiro o relato de Tina Brown em seu best-seller The Diana Chronicles (2006). Até porque eu estava lá. Mas isso é a outra história…
Agora, os cinco últimos episódios que entraram esta semana na Netflix, fornecem a coda perfeita para a saga de Peter Morgan & cia.
A adolescente Kate Middleton já estava de olho no príncipe William desde a adolescência, no que é totalmente apoiada e incentivada pela mãe social climber — aquele tempero tabloide que os ingleses adoram e exportam.
As rusgas entre os irmãos reais só aumentam enquanto William é windsorizado e Harry desempenha o enfent terrible com gosto, direito a maconha e suástica. Discreto, Jonathan Price — está a cara de sir Alec Guinness — deita e rola como um duque de Edinburgo vovô sabe tudo.
Mas o show mesmo fica por conta das irmãs, Elizabeth e Margaret Rose. Imelda Staunton brilha feito joia da coroa enquanto Sua Majestade é desafiada pela popularidade do primeiro-ministro Tony Blair, a competição entre os netos, o casamento Charles-Camila, as perdas da irmã e da mãe e sua própria mortalidade.
Lesley Manvile rouba todas as cenas como uma Margaret debilitada pela doença, sem perder a joie de vivre jamais. As duas atrizes formam uma dupla imbatível. Menção honrosa para a Camila de Olivia Williams, digna e simpática na medida. Sem falar na trinca de Rainhas…
Chave de ouro: o último discurso, divertido e agridoce. E o recado do príncipe Philip: “A festa acabou”.
Oh, dear… fetch me another cup of tea, luv.
Mário Mendes é jornalista, paulistano e ama o Rio. Passou pela Interview (duas vezes), Folha de S. Paulo, Vogue, IstoÉ, Elle, Trip e Veja.