Com o aumento das temperaturas e ondas violentas de calor, um importante projeto de sustentabilidade na Rocinha corre contra o tempo para se manter de pé. Trata-se da primeira torre verde do Brasil, uma estrutura, que inclui quatro andares de hortas suspensas, geração de energia verde através de placas solares, captação de água de chuva para irrigação e uma aceleradora de compostagem que transforma resíduo orgânico em adubo em apenas 45 minutos. Atende cerca de 800 crianças da comunidade, e está em campanha de doações para funcionar por mais, pelo menos, um ano.
O projeto serve como um laboratório ambiental para crianças de duas escolas municipais e ajuda na economia local, com a geração de energia e alimentos para os colégios e casas da região. Criada pela ONG Entrelaces com o escritório de arquitetura AAA, a torre existe há um ano e foi financiada inicialmente pela Faperj; agora, para continuar de pé, precisa de R$ 100 mil até dezembro. Até o momento, as doações chegaram a R$ 20 mil.
Além de servir como estímulo à economia verde, os responsáveis notaram que a Torre Verde tem chamado a atenção de visitantes de fora da comunidade. Para 2024, a ideia é inserir a estrutura no circuito de visitação cultural e turístico da Rocinha, numa ação com os guias locais. “Essa é uma revolução verde silenciosa que já está acontecendo na Rocinha. Nós queremos mostrar, cada vez mais, que é possível ter projetos sustentáveis também em regiões mais carentes da cidade, porque todos sofremos com as mudanças climáticas”, diz Monica Garcia, fundadora da ONG Entrelaces.