Duas das posses mais simbólicas e aplaudidas na noite desta terça-feira, na Academia Brasileira de Cultura, foram da Ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, e da cantora Liniker. Ao lado da cacique Juma Xipaia, elas se tornaram as primeiras imortais indígenas da Academia. No discurso, Guajajara lembrou a importância dessa representação e fez um convite para o “reflorestamentis”, reflorestar as mentes para conseguirmos um mundo melhor. Ela assumiu a cadeira 16, que tem como patrono Paulo Paulino Guajajara.
Também nova acadêmica, a cantora Liniker se emocionou ao vestir o fardão vinho com aplicações em dourado, feito pelo Instituto Zuzu Angel. “Estar em pé no Brasil sendo uma travesti preta é muito difícil. Ser a primeira vez que uma travesti negra é empossada na Academia Brasileira de Cultura é muito importante e muito fundamental para a cultura do nosso país, porque abre esse mapa de diversidade, esse mapa de excelência, porque, sim, somos excelentes”. Ela assumiu a cadeira 51, cuja patrona é Elza Soares.
Além delas, outros 11 nomes da cultura tomaram posse no campus da Fundação Cesgranrio: a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, as cantoras Daniela Mercury e Alcione, as atrizes Glória Pires, Vanessa Giácomo, Beth Goulart, Luana Xavier, a escritora Conceição Evaristo, a filósofa Viviane Mosé, o gestor cultural Antenor Neto e o diretor teatral José Luiz Ribeiro.
A Academia Brasileira de Cultura foi fundada em 2021, como uma forma de fortalecer o cenário cultural do Brasil e servir de espaço para discutir ideias e projetos do setor. Atualmente, é presidida pelo educador Carlos Alberto Serpa.