Lucy e Luiz Carlos Barreto, o casal do cinema nacional, foram homenageados nessa quarta (08/11), na Casa Firjan, em Botafogo, no ano em que a L.C. Barreto Produções Cinematográficas comemora 60 anos de fundação e Lucy, seus 90. A Casa Firjan inaugurou a Sala Lucy e Luiz Carlos Barreto, um espaço dedicado ao audiovisual.
Os convidados ouviram trilhas sonoras das produções do casal, que tem no currículo mais ou menos 150 filmes, entre eles, clássicos, como “Vidas secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos; “Dona Flor e seus dois maridos” (1976), de Bruno Barreto, filho do casal, que estava lá; “O quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, outro filho cineasta de Lucy e Luiz, morto em 2019; e “O que é isto, companheiro?” (1997), de Bruno Barreto; os dois últimos, indicados ao Oscar de Filme Internacional.
“Estamos comemorando hoje a criatividade, a inteligência, a capacidade de reflexão e de formação das pessoas, que vem através do bom cinema. Estamos celebrando essas duas pessoas fantásticas. Espero que, nesta sala, role muito cinema, com críticas e discussões, e que, para sempre, lembremos de Lucy e Luiz Carlos Barreto, bem como de toda a família, cujo cinema está no DNA”, disse Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan. Além de Bruno, estavam na plateia Paula Barreto, netos e bisnetos do casal.
“Alguns cineastas foram descobertos e seguiram carreira no projeto ‘Curta Criativo’, da Firjan. Agora, com a instalação desta sala, é um sonho que retorna”, disse Lucy, que ainda falou sobre uma sala de projeção na Rua Visconde de Caravelas, em Botafogo, nos anos 1970, quando a L.C. Barreto trouxe ao Brasil o primeiro equipamento audiovisual Starvox.
“Para cada um milhão investido em cinema, são gerados 100 empregos; além disso, sobretudo, geram-se ideias”, completou Barretão.
Marcelo Calero, secretário de Cultura, representou o prefeito Eduardo Paes. “Essa família tem uma generosidade em se preocupar com aquilo que não vem apenas do seu universo produtivo. Vem de todo um setor que sabemos, de tempos em tempos, sofrer tanto por conta da incompreensão daqueles que governam, mas que resiste, levando nossa identidade para as telas”, disse Calero.