O biólogo Mario Moscatelli alerta para duas situações no gigante em torno da Baía de Guanabara, nesta quinta (16/11). A primeira é sobre a captura de caranguejos-uçá no período reprodutivo, de 1º de outubro a 31 de dezembro (para fêmeas), e de 1º de outubro até 30 de novembro (para fêmeas e machos do uçá), o que é proibido por lei, para evitar extinção da espécie; a segunda é o óleo na extensão do rio Iguaçu, na Baixada Fluminense, visto de um voo aéreo. “Muito se fala em relação às mudanças climáticas, mas pouco, do extermínio que várias espécies vêm sofrendo por elas e pela predação humana. Ser predador faz parte da cadeia alimentar, mas, para isso, não precisa ser burro. Você não deve e não precisa esgotar o recurso natural do qual você depende. O que se vê na Baía de Guanabara é que não se respeita o período reprodutivo dos crustáceos, que saem para ‘namorar’ e são capturados”, diz Mario.
E continua: “Outro fator é o óleo jogado ilegalmente por alguma empresa que não conseguimos identificar. O óleo vai para os manguezais e torna a vida desses animais muito mais difícil. Resta saber se vamos exterminar mais uma espécie característica dos manguezais da baía: precisamos de uma ação enérgica por parte das autoridades. O Planeta está respondendo às atitudes predatórias — parece que chegou a hora de o ser humano pagar pelos pecados. O que tem a ver a captura dos caranguejos, o jogar óleo nos rios e a temperatura de 50 graus? Tudo a ver. Só não vê quem não quer”.
O biólogo também chama a responsabilidade de quem compra os crustáceos na época do defeso: “Eles não deveriam ser capturados ou comprados. Você, que compra, colabora com o extermínio da espécie”.
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