A escritora e ambientalista carioca Bia Hetzel entrou na trend da Disney, aquela que usa ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para criar personagens e cenários de acordo com o que você pede. Ao contrário das animações que temos visto por aí, de um Rio lindo, com belezas naturais perfeitas e lúdicas, ela colocou os golfinhos e baleias – que passaram pela orla carioca no inverno – no meio de, digamos, uma realidade real no virtual: os animais nadando entre toneladas de lixo na Baía de Guanabara. “A intenção é mesmo dar um sacode para ver se as pessoas mudam seus hábitos sobre a conservação marinha no Rio. Fiquei incomodada em ver só o lado A dos posters nas redes sociais”, diz Bia, que, para chegar ao resultado, foi bem específica nas referências sobre a imagem que desejou criar, já que conhece as espécies e os locais mostrados.
O plástico representa o maior, mais prejudicial e o mais persistente de todos os resíduos que acabam nos ecossistemas marinhos, representando 85% do total, segundo um relatório publicado em 2021 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), envolvendo mais de 70 cientistas. Mais ou menos 11 milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos por ano e, até 2040, vai multiplicar.
Se você pensa que não tem culpa e tudo que vê na praia é levado pela correnteza ou chuvas, um outro estudo — de pesquisadores da UFRJ, UNIRIO e UERJ com participação da Comlurb — apontou que o lixo do Rio não chega pelo mar, mas vem das bolsas e isopores de banhistas.