Sobrinha do industrial Henrique Lage e conhecida na época de seus filmes da Companhia Vera Cruz, nos anos 50, como a Greta Garbo brasileira, Eliane Lage, 94 anos, vem aí com uma nova edição de sua autobiografia “Ilhas, Veredas e Buritis” (Gryphus Editora). O lançamento, na quarta (17/05), às 19h, será na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com a mesa-redonda: “As Precursoras do Feminismo: Eliane Lage, Gabriela Besanzoni e Ruth de Souza” e participação de Clóvis Bulcão, Ana Carolina Maciel e Dani Rosa.
Eliane teve diversos encontros memoráveis em sua vida. Alguns ela conta no livro: “Eu fui escalada para um almoço em honra de John Wayne. Só que resolvi fugir para comprar uma vaca. Mas saí atrasada e encontrei-me no portão com a comitiva de carros que trazia o homenageado. Ele desceu e veio até o meu Land-Rover todo enlameado. Muito alto, o cowboy curvou-se rindo, com as mãos na capota do jipe, e disse: “Não acreditei quando me disseram que você era a primeira atriz da Companhia, mas agora estou vendo que é!” E eu, aproveitando o bom humor, pedi desculpas por não comparecer ao almoço, pois tinha que ir comprar a minha primeira vaca. E acrescentei: “Achei que só você, John Wayne, compreenderia!” A escritora e jornalista Joan Didion, apaixonada por Wayne, certamente amaria essa história.
Eliane foi estrela dos primeiros filmes da Vera Cruz como Sinhá Moça, com Anselmo Duarte e Ruth de Souza.