Está bem no passado o tempo que Dudu Garcia era conhecido como DJ. Artista plástico reconhecido, ele foi o primeiro a ocupar a antiga Fábrica Bhering, em 2005 (hoje, endereço importante), onde permaneceu até se transferir para o galpão na Rodrigues Alves, em 2019.
Nessa quarta (15/03), Dudu inaugurou “Tempo-Matéria”, com 14 novos trabalhos da série RA 143 (uma referência ao endereço do ateliê, na Zona Portuária), na Anita Schwartz, na Gávea. Talvez tenha sido o dia mais lotado desde a inauguração da galeria.
Dudu, o carioca dos cariocas, tem amigos nas mais variadas áreas de atuação, de todos os perfis. Entre esses encontros, está Heitor Reis, ex-presidente do MAM e sócio da BGA, nome forte na área e admirador do trabalho de Dudu, de quem virou amigo. Além da bolsa de peitos de Cris Pinheiro Guimarães, bem artística, o recentíssimo casal Antonia Leite Barbosa e Luiz Oscar Niemeyer não deixou de receber muitos cumprimentos, depois de um amigo surpreso perguntar: “Vocês estão juntos”?
Criadas em um processo de acumulação de vários materiais sobre a tela, como reboco, pedra, limo e cal encontrados no próprio ateliê, um galpão na Região Portuária, e depois escavados pelo artista, as pinturas discutem a relação entre tempo e matéria. “Esses trabalhos sofrem muita ação, possuem fendas, fissuras, são peles castigadas. Diria que parte do processo é uma action painting, com muita entrega de corpo e alma, muitas decisões e renúncias”, diz Dudu, que já já expôs na França, Inglaterra, Bélgica, EUA e Japão.