O marchand italiano Franco Terranova (1923-2013), um dos fundadores da Petite Galerie, que funcionou de 1954 a 1988, em Ipanema, e um dos precursores no mercado de arte brasileiro, vai ganhar uma exposição-relâmpago na Danielian Galeria, na Gávea, entre 4 e 18 de março.
“Uma Visão da Arte – Centenário de Franco Terranova e o legado da Petite Galerie” comemora ainda o aniversário do também poeta, que faria 100 anos em 9 de março, uma homenagem a quem lançou nomes, tais como: José Pancetti, Alfredo Volpi, Carlos Vergara, Luiz Áquila, Antonio Dias, Ernesto Neto e Jac Leirner, dentre muitos. A curadoria é de Paola Terranova – a caçula dos quatro filhos de Franco e Rossella Terranova, a bailarina e coreógrafa com quem ele foi casado de 1962 até sua morte — e que coordena o acervo da Petite Galerie, num espaço na Lapa. Ela conta que foram restaurados mais de 80 trabalhos. “Ele era, antes de tudo, amigo dos artistas, um apaixonado pela arte. Pretendemos fazer uma exposição que retrate seu olhar, ao mesmo tempo afiado e afetuoso”, diz Paola.
São mais de 150 obras, entre desenhos, gravuras, pinturas e esculturas, de mais de 70 artistas que participaram da programação da Petite. Nos dias 14 e 15 de março, às 19h, será realizado um leilão para manter o legado de Franco, no site Iarremate — https://www.iarremate.com.
Franco chegou ao Brasil em 1947. Era um estudante de literatura e poeta, que tinha experiência como aviador (atuou na Segunda Guerra Mundial). Deixou seu país porque se recusou a viver numa Itália comandada por Mussolini. O que o fez pegar um navio rumo ao Brasil foi o personagem de Zé Carioca. Chegou ao Paraná; depois, São Paulo; em seguida, Rio, onde fez seu nome nas artes visuais.