As expectativas são sempre altas para cada uma das exposições na Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho. Nessa quinta (18/08), os salões lotaram para a pré-abertura de “Calder + Miró”, que deve ser a mostra mais completa de ambos os artistas já feita no Brasil, com curadoria de Max Perlingeiro. São mais de 150 itens em diferentes suportes, incluindo obras monumentais nos jardins.
A coletiva evidencia a ligação do escultor norte-americano Alexander Calder (1898-1976) com o pintor espanhol surrealista Joan Miró (1893-1983) e explicita suas claras influências na arte brasileira, como em trabalhos de Abraham Palatnik, Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark e Mira Schendel.
“Miró nunca veio ao Brasil, entretanto, sua amizade com o poeta pernambucano João Cabral de Mello Neto (1920-1999) é o elo com nosso país desde que, em 1947, João Cabral chega a Barcelona como vice-cônsul”, diz Perlingeiro.
Entre pinturas, móbiles, gravuras, maquetes, esculturas, fotografias, edições e joias (coleções particulares e de acervos institucionais), os convidados comentavam que Calder era praticamente um carioca — fã de música brasileira, chegou a ter um ateliê na Rua Sorocaba, em Botafogo, onde criou algumas das peças que estão na mostra até 20 de novembro.