O morar contemporâneo com toda a tecnologia à disposição ficou ainda mais divertido. Isso sem falar nas infinitas possibilidades de localizações cada vez mais plurais, transportando conosco não só a casa mas também um estilo de vida.
Uma mudança sem traumas está associada a objetos de afeto, espaços parecidos com o que tínhamos e uma ambientação que reproduza o que sempre nos acolheu. Além da ansiedade e intensidade da mudança de local, vivemos com igual felicidade toda experiência. Seja qual for sua pegada, você pode levar o seu estilo e olhar sobre a vida para onde for.
Por exemplo, a pessoa que se muda para o campo, uma fazenda, um sítio etc. pode fazer isso sem traumas, levando para dentro da casa o estilo dos grandes centros urbanos, além do trabalho remoto, em que um cômodo pode virar o escritório, a empresa ou a fábrica.
O lazer também pode ser reproduzido onde você estiver, com as superTVs numa sala com sofás incrivelmente confortáveis, assistindo a filmes nos streamings, sem falar no escritório ao lado da vegetação, no silêncio do campo, com a possibilidade de trabalhar na tranquilidade e na paz, através de uma conexão com todo o Planeta, sem falar nas maravilhas de uma vida ao ar livre. Os deliveries de comida, objetos etc. também chegaram a esses lugares mais distantes, para levar conforto e bem-estar.
Muitos profissionais escolheram viver no interior por essas maravilhosas facilidades, aliadas à tecnologia. Assim, o interior do Brasil está mudando; até por isso, novos condôminos estão surgindo na Serra e fora dos grandes centros.
Falamos com Marcia Pinheiro, estilista que manteve loja no Rio, até 1996, com o mais alto sucesso, até resolver virar fazendeira. Ela trocou quarto cativo no Plaza Athénée, apartamento em Manhattan e casa no Jardim Pernambuco (respectivamente, Paris, Nova York e Rio) por uma fazenda de 1810, com 400 hectares da Mata Atlântica. Até então, só passava férias lá, mas se apaixonou perdidamente pelo palacete colonial.
“Minha fazenda é um palacete da época áurea do café e pertenceu a um dos barões de então. Enquanto reformava meu apartamento, no Leblon, optei por morar mais um pouco aqui e conservar esse patrimônio incrível. Aos poucos, fui percebendo as mudanças que viver no interior foram fazendo em mim — a beleza da natureza, a luz natural do amanhecer foram moldando um novo olhar, e decidi ficar. O mundo online, a Internet, o celular, Pix e o delivery transformaram ainda mais esse cenário do cotidiano prático. Hoje compro e recebo tudo em casa, desde roupas a compras básicas. Também trabalho pelo computador — minha atividade profissional também mudou. Hoje crio gado e, como eu gosto e me dedico com amor a tudo que faço, o computador facilitou muito, desde as vacinas até mesmo a quantidade da ração. Sempre movida a desafios, atualmente estou adorando o Instagram, onde coloco meu olhar sobre a vida e sobre o que já fiz e gosto, no conforto do meu escritório”, diz ela.
E continua: “Mas também tenho, nas redondezas, shopping, academia, balé, ioga, cabeleireiro etc. Se eu quiser, posso receber em casa qualquer um desses serviços. Durante a pandemia, me senti uma privilegiada. Além da vida ao ar livre, aqui sou amiga dos vizinhos — no interior, o melhor ainda permanece: a solidariedade. Posso listar algumas das qualidades da vida que escolhi: o silêncio, céu de estrelas, água da nascente, a vivência integral das estações (verão/inverno), a vida sem trânsito e o ar livre. Por isso, sou grata quando acordo todas as manhãs. Minha opção foi consciente, e definitivamente não vou morar mais em um centro urbano. Saio daqui direto para o aeroporto. Viajo muito, mas, quando passam mais que 30 dias, não vejo a hora de voltar para a vida que escolhi”.